Parasitas
Enquanto caminhava pela praça aqui da minha cidade, uma pracinha própria para caminhada, vi uma senhora sentada no banquinho segurando seu cachorro de estimação, amarrado por uma coleira, mas pulando exaustivamente, tentando se soltar daquelas amarras de uma maneira tão enérgica que chamava a atenção da sua dona. Aquilo chamou também a minha atenção. A senhora jogava um pedaço de pau longe e ele logo ia lá correndo buscar. Brincava com uma bolinha e corria pela praça, sempre de olho na sua companheira, fiel a ela. Na hora de ir embora ela nem precisou chamá-lo que ele já foi atrás.
Lembrei do meu gato, que mal olha pra mim, isso quando está acordado; posso ir a faculdade pelas 7 horas e voltar às 11 que no máximo ele vai ou ter mudado de posição ou de tapete. Quando resolve se levantar para comer a ração, antes se espreguiça durante uns 20 minutos e logo após comer e beber água, volta para dormir mais um “soninho”.
Ele não se manifesta com a chegada de ninguém. Eu vivo insinuando que quero um denguinho, no entanto ele me ignora, mas quando ele quer que eu coloque comida vem cheio dos carinhos, das ternurinhas pro meu lado. Adora minha casa.Pouca se importa com as pessoas que a compõe. Imagino que se levasse à praça da caminhada, ele voltaria pra casa para dormir, além de me dar uma bela arranhada antes.
Vejo que falta nos gatos a vibração, a participação, a motivação dos cachorros; estes acreditam, têm energia, vão as buscas; aqueles são desestimulados, preguiçosos, apáticos. Talvez o grande problema do Brasil seja este: Temos um monte de gatos.