:::Fantoches nunca mais::: "Alea jacta est!"

Política,sociedade e cultura.Para resumir em três tópicos seriam estes os temas pelos quais queremos sempre gerar uma polêmica ou expor nossos pensamentos.Todavia, no blog também há espaço para as coisas do coração,da alma e da vida que enxergamos de maneira peculiar e reagimos de maneira muito mais ímpar ainda.Aqui está aberto o espaço para nossas idiossincrasias.Boa leitura

sábado, dezembro 11, 2004

Um mundo sem leis

(*) Luiz Elias Miranda
Sempre tive a curiosidade, no passado, em saber para que as leis serviam, quando era guri, nunca achei uma utilidade para elas já que todos temos a distinção entre o certo e o errado, o bom e o mau, mas, a “coisa” não funciona bem assim.
Esta distinção entre bem e mau, certo e errado é muito subjetiva. Como este critério de distinção é muito volúvel, varia de pessoa para pessoa, seria necessário algum elemento que fizesse esta distinção para todos os “atores sociais”. Este elemento que oferece esta distinção obrigatória entre bem e mal são as leis, mas afinal, o homem precisa ser governado, precisa estar sempre submetido a uma autoridade que faça as leis?
Imagino a anarquia como o sistema ideal para viverem os homens. O capitalismo é por si muito desigual, o seu exarcebado espírito de competição cria uma espécie de “cadeia alimentar” humana. O capitalismo personifica as palavras de Thomas Hobbes, ele afirmava que o homem é lobo do próprio homem[1], além do que, é utópico pensar em democracia estando inserido num sistema capitalista.
O socialismo é muito perigoso, ele busca conduzir a sociedade a um modelo comunista, mas este processo seria conduzido por via de um governo totalmente centralizado, ou seja, o contrário do que a anarquia deseja. O socialismo é muito perigoso pelo fato de todos os regimes socialistas existentes até a atualidade, sempre acharam um jeito de burlar e fugir do programa anarquista, sempre terminaram transformando-se em regimes ditatoriais e altamente tecnocratas e, conseqüentemente, burocratizados. O socialismo não se firma pelo fato de o homem ser um animal que tem, inatamente, uma insaciável sede de poder, fazendo tudo por causa deste último.
A anarquia seria para mim o ideal, a anarquia seria o sistema de organização (se bem que a anarquia não pode ser considerada como um sistema de organização) mais perfeito jamais vislumbrado pelo homem.
Imaginem um mundo onde ninguém tivesse que se sujeitar à autoridade de ninguém, onde as pessoas se autogovernassem, onde não fosse necessária que nenhuma autoridade existisse para nos apontar deveres a serem cumpridos. A anarquia seria a prova de que o homem é o ser mais racional já existente.
Mas, apesar de toda esta perfeição, acho improvável que anarquia um dia “vinge”, o homem é um ser naturalmente egoísta. Por causa deste egoísmo latente é que se faz necessário o Estado para ordenar, subjugar e ordenar o homem embora muitas vezes ele funcione apenas como um catalisador deste desordenamento.
Luiz Elias Miranda é estudante de direito pela Universidade Estadual da Paraíba.

"A democracia tem pelo menos um mérito, a saber, que um representante do povo não pode ser mais idiota que seus eleitores, já que, por mais idiota que seja, os outros são necessariamente mais idiotas ainda por tê-lo eleito”. Bertrand Russell (1872-1970), filósofo e matemático britânico.


[1] da expressão latina Hommo Lupus Homni.



3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

acho q ñ podemos nos acomodar com a situação em q se encontra o mundo e o modo pelo qual ele é governado, e nem desacretir na capacidade do ser humano de mudar essa situação, digo isso pq conheço pessoas, ou melhor empresários q administram suas empresas de uma forma diferente do atual, ou seja totalmente capitalista e egoísta, essas pessoas dividem o lucro da empresa em 3 partes: uma para o investimento da própia empresa, outra para a formação de homens novos e outra para pessoas nessitadas. E dentro da empresa os relacionamentos ñ são de patrão para empregado, mas sim de pessoa para pessoa, onde cada um é responsável pelo crescimento da empresa e pelos relacionamentos construídos.E eu acredito q eu, mesmo sem ter uma empresa posso no meu mundinho tb mexer meus pauzinhos para mudar coisas.
um abraço, silvia

domingo dez. 12, 10:04:00 da manhã 2004  
Blogger Luiz Elias said...

Sim Silvia, eu conheço relativamente bem a aconomia de comunhão pelo fato de ser do focolare há mais de 10 anos. É uma idéia muito bacana e revolucionária, mas venhamos e convenhamos que empresas como estas são uma minoria, a regra é do capitalismo selvagem sem nenhum sentimento, infelizmente. Também acredito que tudo pode ser diferente, tudo depende do próprio homem, é justamente isso que dificulta tudo.

grande abraço

Luiz

domingo dez. 12, 07:03:00 da tarde 2004  
Anonymous Anónimo said...

Elias,
O anarquismo é evidentemente um modelo interessante, atraente até para aqueles que não se satisfazem com a maneira como o Estado controla as relaçoes entre os individuos, mas é utópico pensar nesse modelo colocado em prática em um mundo de seres que em sua grande parte "raciocinam de maneira irracional..." Fazem da simplicidade da vida uma baderna tremenda e um desrespeito mútuo,não se conscientizando que são seres humanos, comportando-se pior do que qualquer ser "irracional". Se o homem em si executasse seu papel humano, de ser racional que é, aí sim seria exequível a prática de um modelo dessa estirpe.
bjos,Gio:*

segunda dez. 13, 11:27:00 da tarde 2004  

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