:::Fantoches nunca mais::: "Alea jacta est!"

Política,sociedade e cultura.Para resumir em três tópicos seriam estes os temas pelos quais queremos sempre gerar uma polêmica ou expor nossos pensamentos.Todavia, no blog também há espaço para as coisas do coração,da alma e da vida que enxergamos de maneira peculiar e reagimos de maneira muito mais ímpar ainda.Aqui está aberto o espaço para nossas idiossincrasias.Boa leitura

quarta-feira, dezembro 22, 2004

Mais uma canção

(*)Giordana Gomes de Moura


Tarde ensolarada, após olhar atentamente o mar por cerca de meia hora, assisto “o sol ao pôr do sol, triste soslaio” (como diria sousândrade) pela janela. Era tudo tão puro, tão compenetrado que não me atrevi a almejar mais nada depois daquele momento. Resolvi apenas andar por outro sentido para observar o que quisesse ser observado, mesmo que fosse qualquer poeira ao vento, qualquer olhar, qualquer coisa.
Enquanto eu observava aquilo, pensava em versos, em canções, em declarações, devaneando pela correnteza dormente da nascente lua. De repente parei para observar o que estivesse ali me aguardando e quando despreocupadamente olho ao lado vejo a doçura de um moço, suspendendo sua bicicleta para ultrapassar uma pedra. Carregava a filhinha no bagageiro e tinha nos ombros o apoio para aquela singela moça que parecia ser a mãe da criança.
Aquela bicicleta enferrujada, com os pneus já bem usados; aquele moço vestido de forma tão simples, junto a sua humilde família, cantava levemente uma alegre cantiga. Sorriam de maneira tão expressiva, tão manifesta, tão natural. Era uma família feliz, e quão belo é uma família assim; tão raro é encontrar uma família que viva o amor em sua pureza, haja vista o malogro das instituições familiares, que em grande parte se resumem a um aglomerado de pessoas que não se entendem, não se respeitam, ou no máximo se toleram.
Sentindo aquela força maior, aquela externada pelos sentidos aflorados, resolvi cantar só pra mim, acompanhando aquela melodia, banhada em onomatopéias as mais mirabolantes. Às vezes parava, enxugava as lágrimas felizes, voltava a cantar e tentar esquecer que pouco antes estava eu perdendo tempo, esquecida das canções, das ternuras, me prendendo ao banal, sofrendo por futilidades.


(*)Giordana Gomes de Moura. e-mail: giordanadireito@hotmail.com

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Lindo texto, pra variar, né Gio?
Realmente... eu estava nessa fase de pensar em coisas banais... sofrendo por futilidades... e vi que..., ou será que acordei? Enfim... a vida é muito mais que isso! Amei esse texto, principalmente porque hoje eu precisava ler algo assim.
Bjao linda. Se cuida!
Samara

quarta dez. 22, 11:51:00 da manhã 2004  
Blogger Manoel Alencar said...

Pois é, Gio, o que falar dos teus textos? Mas vamos tentar.
essas preocupações banais que nos assolam, muitas vezes nos fazem perder grandes momentos das nossas vidas. Temos sim muita coisa pra se preocupar, mas temos muito mais coisas a contemplar, pessoas, lugares, momentos, e se não a contemplar, a recordar então, pessoas, momentos, lugares, beijos...
Ou seja, nas coisas simples achamos, muitas vezes, aquele arrepio de felicidade, aquele olhar ao nada com aquele sorriso solitário... Que no pouco tempo que duram, parecem nos mostrar o segredo de se viver em paz e feliz.
Parabens pelo texto, pra variar, né?

quinta dez. 23, 03:29:00 da manhã 2004  
Anonymous Anónimo said...

Oi Gio,
Como é bom saber e gostar de escrever como você gosta.É um verdadeiro dom esse seu.Muito bonito o seu texto e sempre atual! Parabéns,viu amiga!
um grande beijo, Take care!
Luiza Macedo

quinta dez. 23, 12:44:00 da tarde 2004  
Anonymous Anónimo said...

To passando pra te desejar um Feliz Natal e Próspero Ano Novo com saude, Paz e Deus no coração...que 2005 seja um ano de muitas realizações...(Eli - http://datavenia.zip.net e palavras_apenas.zip.net)

quinta dez. 23, 06:13:00 da tarde 2004  
Anonymous Anónimo said...

Oi Gio!!!

Pois é, perdemos tanto tempo com coisas tão banais e deixamos de lado aquilo que realmente importa, o que realmente vale a pena, o que realmente fica nessa vida.

Bjão pra vc minha querida!!! FELIZ NATAL!!!

Ângelo

quinta dez. 23, 09:38:00 da tarde 2004  
Anonymous Anónimo said...

Gio, já começo este comentário como o receio que eu tenho de escrever algo para as outras pessoas lêem, principalmente quando eu escrevo por escrever, como estou fazendo hoje; depois de mais uma farra natalina tenho que dormir, mas estou sem sono então resolvi “brindar em devaneio” algumas coisas sobre o seu texto. (perdoe-me se sai muita porcaria).
Sendo assim, só para fazer o mal, começo lhe perguntando o que é sofrer por futilidades? Para mim nós só sofremos por algo que é importante para nós de uma maneira ou de outra, e sendo assim, por mais fúteis que elas aparentem para os outros elas são importantes para nós, pois o que é fútil para você talvez não se encaixe como uma frivolidade para mim. É igual aquela expressam: “fazer tempestade em um copo d’água” (o que é um copo para alguns pode representar um oceano para o outro).
Tirando esta parte de sofrer por futilidade o decorre do seu texto foi ótimo, me fez sentir como se eu estivesse vendo um pôr-do-sol na praia do jacaré, vale salientar que eu nunca fui à praia do jacaré, mas mesmo assim eu me senti lá, entranho não?
Pensei em mandar este comentário por e-mail, como eu já fiz com alguns outros, mas mudei de idéia, pois acho que ninguém, com exceção de você, Gio, irá ter coragem de ler um comentário tão cheio de besteira e tão grande quanto o meu.

Aline Martins

domingo dez. 26, 07:42:00 da tarde 2004  
Anonymous Anónimo said...

Querida Aline,
Respondendo sua pergunta, qdo falo em futilidades no texto me refiro as coisas que damos grande importancia, que as vezes não são as mais importantes, mas sim itens banais que moldamos em nossa mente como fundamentais e acabamos esquecendo daquilo que é essencial.Qdo vc falou na possibilidade de um copo de água p uns significar um oceano p outros,confirmei mais uma vez o que estava explanado no texto; uma canção em família pode até parecer hilário p uns,cafona ou até desnecessário...mas p uma visão sensível aquilo pode ser uma representação da doçura,proporcionado uma sensação de bem-estar sensacional.Talvez uma luxuosa lancha passando naquele momento chamasse mais atenção do que aquela bicicleta velha...mas aí perderia-se o essencial.
Adoro seus comentários menina!nunca visse o por do sol no jacaré? Vamos combinar neh!!!muito lindo!o papel de parede do meu pc ta c uma foto minha e de pano de fundo esse lindo por do sol!perfeito demais!!!Se n tiver respondido tua pergunta(que acho que n consegui responde-la)me avisa ta!
bjs e até!Giordana

terça dez. 28, 01:26:00 da tarde 2004  

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