:::Fantoches nunca mais::: "Alea jacta est!"

Política,sociedade e cultura.Para resumir em três tópicos seriam estes os temas pelos quais queremos sempre gerar uma polêmica ou expor nossos pensamentos.Todavia, no blog também há espaço para as coisas do coração,da alma e da vida que enxergamos de maneira peculiar e reagimos de maneira muito mais ímpar ainda.Aqui está aberto o espaço para nossas idiossincrasias.Boa leitura

sábado, novembro 27, 2004

Marcas

(*)Giordana Gomes Moura

Amigos são as jóias mais preciosas e precisas que já conheci; são sentidos engrandecedores da justificativa de nossa existência. Simbolizam a vitória, o aconchego, o manto de paz e sabedoria, sabedoria esta com fortes traços de simplicidade, delicadeza, peculiar a cada ser, afinal todos carregam consigo uma doçura muito particular, brotada muitas vezes pelo próprio despertar da amizade.
Tenho inúmeros colegas e com eles jogo muita conversa fora, troco idéias e explano até ideais; eles também fazem parte da minha vida à medida que participam de cenas minhas, portanto são importantes, mas nada parecido com meus amigos verdadeiros, fiéis, que nunca me surpreendem com decepções; eles são só amor e luz, jamais desgosto! E estão vivos dentro de minha alma, caminhando comigo do "nascer ao por" do espírito. Vivi muito tempo, do pouco tempo que vivi, sem alguns deles, mas hoje eu não conseguiria, sei que não mais seria possível pois eles já fazem parte de mim. Convivo com pessoas que outros juram serem meus amigos, mas não são, estão ali somente por acaso, diferente dos meus amores fraternais que intitulei de amigos, companheiros leais.
De algumas pessoas que eu jamais havia esperado brotou uma amizade irrestrita, espetacular e como toda verdadeira amizade, por mais distante que seja, eterna. Não costumo dizer diretamente a esses meus grandes apegos que os amo em demasia, mas para os que lerem esse texto (sei que alguns o lerão) sintam o quanto os amo. Quem sentir a irradiação do amor fraterno penetrando em seus corações, por mais inusitado que possa parecer, saibam, é a transmissão do meu amor, puramente incondicional.

(*)Giordana Gomes Moura é acadêmica de Direito pela UEPB.
e-mail:
giordanadireito@hotmail.com

sábado, novembro 20, 2004

“A humanidade é podre...”

(*) Luiz Elias Miranda

Muitas vezes este pensamento me vem à cabeça, o ser humano quando está disposto é de uma sublimidade quase que divina, é altruísta, bondoso, paciente, compreensivo e outros demais adjetivos que remetem a bondade do ser humano. Porém, ele também pode ser horrível; quando o ser humano dispõem-se pode muito bem ser inescrupuloso, impiedoso, malvado, cruel e tudo o mais que relembre que não somos apenas bondade, o ser humano tem esse caráter dual, tanto pode ser extremamente bondoso como também extremamente perverso.
Muitas pessoas dizem que vivemos numa sociedade democrática (eu pelo menos nisto não acredito, se a democracia de verdade ainda não existe, quanto mais essa piada de mau gosto de sistema representativo que chamam de democracia...), se vivemos realmente numa dita sociedade “democrática e pluralista” que busca “promover o bem de todos sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” e num Estado que busca “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”, porque tanta relutância no reconhecimento dos direitos dos homossexuais?
Este é mais um sinal relutante hipocrisia humana, os homossexuais sempre existiram só que nunca foi a eles dado o espaço que alguns têm na mídia, os homossexuais sempre foram vítimas de preconceitos, piadas sem graça, leis absurdas (até o século XX em alguns países ditos “civilizados” como o Reino Unido era crime ser homossexual, Oscar Wilde (1854-1900) mesmo ficou vários anos preso por simplesmente ser gay!) e principalmente de violência de pessoas conservadoras que não compreendiam sua escolha e não aceitavam que eles não apreciassem o sexo oposto.
A principal característica do ser humano é o livre-arbítrio, a sua capacidade de escolha, esse ínfimo detalhe é o que lhe diferencia do resto dos animais na face da terra. Mas, infelizmente nem todas as pessoas juntamente ao livre-arbítrio têm uma coisa chamada COMPREENSÃO, muitas pessoas não entendem como uma pessoa pode não gostar do sexo oposto, isto é o que gera muitos absurdos em nossa sociedade; absurdos como o nazismo (que também vitimou uma inestimável quantidade de homossexuais) foram gerados pela falta de compreensão.
O que me deixa realmente “emputecido” (desculpem pelo uso de uma palavra de baixo nível assim...) é o fato de que apesar de termos umas das maiores passeatas do orgulho gay do mundo, todo dia a imprensa veicular notícias da comunidade gay indo à justiça para ter seus direitos reconhecidos, toda vez que se põe, uma vez mais, em discussão o reconhecimento dos direitos dos homossexuais, há a comoção de imensos setores altamente conservadores e retrógrados para que estes direitos não sejam reconhecidos.
Isto é uma coisa inevitável, por mais que diversos setores da sociedade se sintam incomodados com este reconhecimento, os homossexuais têm o direito de serem reconhecidos pela sociedade e ainda mais pelo Estado, afinal, não temos nenhuma lei que proíba o homossexualismo.
A última vez que chegou ao congresso nacional uma proposta que visava o reconhecimento dos direitos dos homossexuais, que legalizava o casamento gay e outros pontos que facilitariam a vida dos homossexuais gerou um verdadeiro caos na imprensa brasileira, a autora do projeto de lei (a então deputada federal Marta Suplicy) foi acusada de querer “perverter” o país, transformar nossa sociedade numa “orgia legalizada”, isto é pura hipocrisia de setores conservadores de uma sociedade que não reconhece a diferença entre os seres humanos, se os homossexuais existem, porque negar os direitos que são inatos à todas as pessoas? Isto não é correto, nosso novíssimo código civil que também poderia fazer justiça a esse grupo que sempre, e ainda, é vítima de descriminações não ouviu as súplicas deste grande grupo que clama por alguém que lhe faça justiça. O reconhecimento dos direitos dos homossexuais seria uma espécie de grande grito de VIVA A DIFERENÇA!
(*) Luiz Elias Miranda é estudante de direito da Universidade Estadual da Paraíba e atualmente vive um período extremamente anarquista. e-mail: luizelias.miranda@uol.com.br

sexta-feira, novembro 19, 2004

Moldagem Simbólica

(*)Giordana Gomes Moura


Os valores preponderantes na sociedade são os mais diversos, as vezes transcedentais ou mesmos fôrmas para que naquele referencial se desenvolvam outros valores que se modernizam com o decorrer das circunstâncias. Outras sofrem o que eu chamaria de "revogação". Mesmo com essas idas e vindas há o campo axiológico em que estamos voluntariamente ou não inseridos por sermos os componentes de toda uma sociedade.
Defendemos os valores que julgamos mais convenientes. Alguns defendem o respeito, a honestidade, simplicidade, integridade, entre outros princípios; já outras pessoas acreditam que promiscuidades, libertinagens, banalidades (sendo estes termos muito gerais) se sobrepõe, transmitem um caráter de viabilidade maior para o seu estilo de vida, e assim sucessivamente.
Mas todos se moldam em algum ideário que direta ou indiretamente defendem, acreditam, fazendo construir assim a parte sociável da própria personalidade.O interessante disso é o caráter de originalidade, de convergência entre aquela personalidade originária e os oferecimentos do meio que foram escolhidos para unidos construírem o caráter do indivíduo, o cunho ligado ao seu convívio, suas atitudes, o que faz do homem um ser sociável e livre por ter se encontrado em determinados aspectos.
Mas o que me fez escrever tudo isso foi algo que pensava mais cedo.Pensava nas aparências, em especial nas falsas; pensava no "valor dos valores", dada sua subjetividade; pensava nas pessoas escondidas em valores para remeter ao meio em que vivem que têm pudores, dignidade, generosidade, enfim, pessoas acobertadas em grupos de variadas denominações e espécies, que até se omitem a freqüentar determinados lugares para demonstrar pureza. Pessoas aparentemente de princípios valiosos, justas, corretas, enfim, íntegras, mas que em seu íntimo (talvez nem elas mesmas saibam) são vítimas do egoísmo, da soberba, do moralismo falso e perverso, da mediocridade.Sejamos livres no encontro com o nosso próprio ser, com os nossos verdadeiros princípios (por mais absurdos que eles possam parecer para os outros); sejamos nós mesmos, cultivando os valores que desejamos viver por inteiro, de dentro para fora. Sejamos a real personificação dos nossos valores para não nos tornarmos prisioneiros da personificação da hipocrisia.


(*)Giordana Gomes Moura (Gio). E-mail: giordanadireito@hotmail.com
"Só seremos universais se conhecermos a nossa própria aldeia"(Bretch).

terça-feira, novembro 16, 2004

De Votos e Atitudes

(*)Manoel Neto


Um dos principais problemas que impedem um crescimento econômico e social no Brasil atualmente é a corrupção. Pseudopolíticos se candidatam a algum cargo político simplesmente para ter quatro anos de dinheiro fácil. E o mais perigoso de tudo isso, é que, o povo é quem patrocina isso.
Patrocina fazendo mau uso do seu maior instrumento enquanto cidadão pertencente a uma sociedade democrática: o voto. Vemos hoje, eleitores escolhendo seus candidatos com critérios que passam muito longe dos que deveriam ser adotados para se escolher o melhor candidato a ocupar um cargo político. Muitos vêem a época da eleição como uma micareta, uma festa, ou uma disputa Vasco e Flamengo, e não somente o povo, mas os próprios pseudopolíticos alimentam isso, fazendo das eleições simples festas, e fazendo tudo que está ao seu alcance para que o povo sempre veja essa época, tão importante para a democracia, dessa maneira distorcida.
A política é a ciência da administração do bem comum. Esse bem comum que se fala, é a própria comunidade, que o político se responsabilizou para tomar decisões e agir sempre para o bem de todos. Enquanto ciência, tem-se um estudo aprofundado sobre isso, então, uma pessoa que pretende se eleger a algum cargo político, deve ao menos ter um conhecimento regular/alto dela, e deve também ter uma linha de raciocínio sobre o que e como pretende fazer, o candidato tem que ter um ideário, e fazer parte de um círculo que chegue mais próximo das suas idéias, para isso existem os partidos. Mas nós vemos políticos que um dia estão em um partido neoliberal e em outro dia em um partido socialista, quer dizer, esse cidadão está querendo realmente alguma coisa com a política que não seja algo para o seu próprio bem? Será que o que levou esse cidadão a entrar na vida política foi unicamente e exclusivamente o desejo de fazer algo para o crescimento da comunidade e para o bem geral do povo? Digo como dois mais dois são quatro que não.
E o que se fazer para mudar isso? Fazer uso do seu instrumento: o voto. Muitos dizem que vão votar em Maloney¹ por ele ser mais humano, mais educado, mais carismático. Gente, isso não é concurso de Miss Brasil, nós temos que votar no candidato mais preparado, no que realmente queira fazer algo pelo povo, e pelo povo todo, não somente no em quem votou nele, no que tenha feito sua campanha com ética e responsabilidade, sempre se preocupando em mostrar seus planos e objetivos, e não em atacar os adversários, temos que votar no melhor candidato, não no “menos ruim”, e se, dos candidatos a disposição, não houver nenhum que preencha esses requisitos, vamos votar nulo.
O voto nulo é algo como; “nenhum serve, então não quero que nenhum seja eleito”, que é diferente do voto branco que é algo como, “tanto faz”. E segundo o Artigo 224º §1º e §2º do Código Eleitoral Brasileiro², se 50% dos votos forem nulos a eleição deve ser cancelada e marcada outra que, dependendo do Tribunal, poderá ser com outros candidatos.
Esse é um direito nosso que poucos têm conhecimento. É uma arma para tirarmos do poder esses pseudopolíticos que só querem se aproveitar. Nós sabemos que, o pior dos cegos é aquele que não quer ver, nós temos como mudar, basta querer, e a maneira é, repito, votando certo, inclusive, sabendo distinguir amigo de político, votaremos em amigos se os mesmos merecerem, não por uma simples troca de obséquios.
Faça bom uso do seu voto, para que possa colher os bons frutos.

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¹ Com perdão ao meu amigo Luiz Elias pela cópia

²Art. 224. Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações e o Tribunal do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias.
§ 1º Se o Tribunal Regional na área de sua competência, deixar de cumprir o disposto neste artigo, o Procurador Regional levará o fato ao conhecimento do Procurador Geral, que providenciará junto ao Tribunal Superior para que seja marcada imediatamente nova eleição.

§ 2º Ocorrendo qualquer dos casos previstos neste capítulo o Ministério Público promoverá, imediatamente a punição dos culpados.


(*)Manoel César de Alencar Neto(Mané): É estudante do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Objetivo Guarabira.
e-mail: netoalencar@uol.com.br

quinta-feira, novembro 11, 2004

Oh Frei Damião!

(*) Giordana Gomes Moura

Um dos maiores líderes religiosos da região Nordeste, que em suas missões por toda essa área sempre reuniu multidões emocionadas diante de seus sermões, Frei Damião foi um marco para as gerações que ouviram falar dos grandes feitos por ele praticados. Dizem até que o frei operou milagres, sendo intitulado como "santo" por alguns; inclusive li no jornal de Domingo que ele havia previsto a tragédia ocorrida numa determinada barragem, previsão esta feita muitos anos antes da ocorrência do drama.

Lembro-me de minha infância aqui em Guarabira, quando na catedral, próxima a minha casa, reunia-se um incalculável número de pessoas para louvar a presença daquele quase "Deus". Eram cds, fitas k7, todos com músicas de devoção a frei, sendo uma delas com um refrão que entre outras coisas dizia enfaticamente: "-Oh Frei Damião...." As pessoas choravam, apoiavam sua fé no poder majestoso que aquela figura representava. Eram tantos turistas que a padaria do meu pai foi esvaziada, aliás foi muito bom para o comércio local a visita de Frei Damião, alguns comerciantes até afirmam terem mudado de vida após sua passagem por aqui.

O citado frei não mais retornou, mas uma homenagem à ele foi erguida: um colosso de 34 m de altura, a 2° maior estátua do Brasil tendo ao seu redor a disposição das 15 estações da Via Sacra, além de lanchonete, amplo estacionamento, entre outras coisas neste local conhecido por "Parque Memorial Frei Damião"; tamanha é essa homenagem que faz circular um turismo religioso interessante para a cidade. Esse preito se estendeu tanto ao ponto que alguns políticos propuseram que fossem colocadas em cada rua estátuas do frei (em um tamanho menor que a citada), mas os moradores (de bom-senso) foram buscar o direito de não ter essa simbologia em suas portas, até mesmo para não banalizar a figura religiosa.

A adoração continua e os peregrinos pagam promessas atravessando os três quilômetros que separam o centro da cidade do Memorial, portando terços, fitinhas, ao acompanhamento de cantigas (muitas vezes até com camisas padronizadas). Mas para aqueles que não quiserem andar tanto, basta ir ali próximo à rodoviária, pois há uma estátua do "santo frei". A única dúvida é se ela está ali para pedir carona, atrapalhar a visibilidade (como dizem), para ser "garoto propaganda" de comércios das proximidades... enfim, seja qual for sua utilidade nela se encontra representada a imagem do eterno "Frei Damião".


(*)Giordana Gomes de Moura (Gio) é acadêmica de Direito pela UEPB. email: giordanadireito@hotmail.com