:::Fantoches nunca mais::: "Alea jacta est!"

Política,sociedade e cultura.Para resumir em três tópicos seriam estes os temas pelos quais queremos sempre gerar uma polêmica ou expor nossos pensamentos.Todavia, no blog também há espaço para as coisas do coração,da alma e da vida que enxergamos de maneira peculiar e reagimos de maneira muito mais ímpar ainda.Aqui está aberto o espaço para nossas idiossincrasias.Boa leitura

sexta-feira, setembro 17, 2004

A Felicidade é uma arma quente

(*) Manoel Neto

Muitos falam que buscam viver em paz, com saúde, e com felicidade. Mas eu não acredito que exista felicidade efetiva, o homem sempre acha uma maneira de esquecê-la. Estuda, doa, trabalha, se sacrifica, o homem faz tudo para viver nessa outra dimensão que é a felicidade. O tempo? Experiência? Realização profissional? Muito se ensina de como chegar e o que traz essa tal felicidade, mas nessas terras, conhecidos não chegaram. Não acredito que o homem possa viver em paz com a felicidade, se nem com nós mesmos vivemos. Então, que infernos estamos fazendo aqui? Tenho certeza que não é para se viver em dor e medo. Faças o que tu realmente acha que é certo, sem a preocupação de agradar a tua sombra, que viverás em paz contigo mesmo.
Mas e a felicidade? Os melhores momentos da nossa vida nascem e morrem em frações de segundos, mas vive para sempre nos nossos corações. Estes, nascem e morrem nos olhos um segundo antes do sim, eu aceito, no será que é ela, no fechar dos olhos para o beijo, na palavra engasgada, no sentir uma mão nas nossas, no fechar dos olhos para as lágrimas, no arrepio, no beijo na chuva, nos olhos querendo se esconder, na palavra não pensada, no eu te amo, pai, mãe, no segundo antes da surpresa, na carta inesperada, na certeza do abraço de um amigo, no decifrar do rosto, na chegada, no colidir dos olhares, nas primeiras letras do seu nome, no sim para o sacrifício, nas batidas fortes da porta, no se esforçar, na espera do olhar, nas tardes sozinhos, na angústia antes da emoção, enfim, nossa felicidade nasce no segundo antes, e morre no segundo depois. Dispara-se, e enquanto estiver quente, o coração bate mais rápido. Bate feliz, mesmo que a razão humana não decifre essa sensação, o coração a guarda, e nos mostrará ao decorrer da caminhada. Um homem feliz é aquele que dá valor a esses momentos, segundos, que se somam no desenrolar da vida.
Se nós pudéssemos olhar nossos olhos nesses momentos de felicidade, se pudéssemos pensar de novo o que estávamos pensando, sentir o que sentíamos, se pudéssemos, nasceria um segundo antes, morreria um segundo depois.


(*) Manoel César de Alencar Neto (Mané): É estudante do 2º ano do Ensino Médio no Colégio Objetivo Guarabira.
e-mail:
netoalencar@uol.com.br

terça-feira, setembro 14, 2004

Banalidade eleitoreira

(*) Giordana Gomes de Moura

Na campanha política atual tudo está sendo válido.Desde arrastões repletos de "eleitores" correndo de um lado para o outro sem saber ao certo o sentido daquilo até utópicas promessas, árduas perseguições. A pergunta que não quer calar pelos quatro cantos da cidade é: -"Vais votar em quem?"Seguida da sugestão:- "Vota em fulano (a)".Por todos os lados bandeiras são erguidas, há uma infinidade de paródias em cima de músicas toscas e vazias, inúmeros boatos e "intriguinhas" se proliferam a cada minuto-é assim que se caracteriza o cenário político (ou politiqueiro) das eleições municipais das quais tenho notícia.

Fofocas estão no ar!Não se pode declarar o voto, pois a oposição àquele voto persegue o "declarante" correndo o risco de serem cortadas até mesmo relações pessoais, deixando clara essa distorção de valores que se evidencia nesse meio. O eleitor não tem espaço para analisar com liberdade quem vem a ser o melhor candidato, pois os integrantes dos partidos estão por todos os lados atentos de uma forma tão berrante que parece até que lêem os pensamentos dos eleitores; há uma indireta agressão a democracia meramente eleitoreira que ainda nos havia restado.

A carência do povo na hora de votar é tão acentuada que aqueles aspirantes ao poder buscam várias maneiras de trapacear para que não haja malogro em suas candidaturas. Denigrem o panorama de sensatez política que deveria vigorar, revelando claramente, para aqueles que tem o mínimo de bom-senso, o quanto precisamos de bons políticos, de boas idéias, de decência na hora de prometer e principalmente no momento de cumprir o prometido. Algumas exceções existem nesse meio, não há generalização nessas características abordadas, mas essas ressalvas são minimizadas cada dia mais.

É vergonhosa essa realidade que o desejo pelo poder forma numa sociedade hipócrita e gananciosa, que confunde a "arte de governar" com a inveja, a disputa desonesta, a exploração desenfreada, a persecução, em suma, com a deformação dos valores políticos. A maneira mais correta de fazer política ainda não se sabe, no entanto isso não justifica essa sórdida apelação daqueles que em prol de seus interesses usam da medíocre "politicagem".

(*)Giordana Gomes de Moura é acadêmica de Direito pela UEPB email: giordanadireito@hotmail.com

domingo, setembro 05, 2004

Chagas transcedentais

(*) Giordana Gomes de Moura

Sempre que me dirijo à leitura de um noticiário vou me preparando psicologicamente para o que irei encontrar naquelas páginas. Constantemente há a seção de horrores, fatos caóticos que desestruturam com cada vez mais "perfeição" o mundo em geral. A mais chocante da semana foi a barbárie que aconteceu em uma escola na cidade de Beslan, na Rússia, quando cerca de 1.200 pessoas,entre adultos e crianças, sendo 70% crianças foram mantidas como reféns por separatistas "chechenos", sendo colocados na quadra desta escola rodeados por vários explosivos. Foram mantidos durante dois dias em poder dos seqüestradores, tendo de tomar urina para matar a sede, pois a água e os alimentos mandados pelo governo foram retidos pelo grupo, que através dessa manifestação exigia que as tropas russas fossem retiradas da Tchetchênia e findasse as ações militares naquela república, além da libertação de presos envolvidos em atividades terroristas na Inguchétia, segundo afirmou o assessor do presidente Putin. Diante do desespero de cerca de quarenta pessoas que fugiam daquela escola cobertas por tiros e gritos, além de explosões que ocorriam, o exército russo, que se encontrava de prontidão em frente ao cenário, entrou e tentando salvar aqueles que lutavam pela sobrevivência, ainda capturou alguns dos integrantes do grupo terrorista. Pessoas corriam, se curvavam diante dos corpos de parentes assassinados, bebiam água, choravam nos braços do reencontro. É o caos dessa cultura terrorista que nosso século aprimora com vigor; imaginem crianças desesperadas, vendo amigos morrendo ao seu redor, vendo a morte as rodear, tendo que quebrar janelas para fugir daquele ambiente de puro temor, sentindo o sabor da mazela humana que se exterioriza na maldade ao próximo, na ignorância aos valores que salvariam o mundo dessa catástrofe que em seu enfoque vai mais além, vai até crianças que mal entendem de etnia, política, de ódio, de guerra. Esse fato foi trágico, um dos seqüestros mais funestos da atual história, traduzindo de forma clara a desordem que marca o descaso para os valores de fraternidade, paz, harmonia, amor; apenas há uma resposta de violência com violência, de barbárie com barbárie, de injustiça com injustiça. O mundo não agüenta mais, é inexeqüível viver nessa situação de insegurança total, de medo, de traumas, de se deparar todos os dias com tragédias profundas que se alastram com intensidade. Não podemos ficar de braços cruzados vendo tantas mortes, tantas atrocidades; somos todos seres humanos, seres semelhantes, mas vivemos em diferenças acentuadas e não na base do amor, do amor a cada próximo, do amor mais belo que é o feito de fraternidade. Foi escolhido o ensinamento da inveja, do ódio, da competição exacerbada; foi escolhida a guerra como caminho para "paz". A solução exata ainda não se sabe, não há uma fórmula objetiva para se resolver um problema dessa estirpe, mas cabe a cada um em sua simplicidade, em seu cotidiano, fazer sua parte através daquilo que lhe for possível, moldando de maneira gradativa ou não um mundo melhor para vivermos em sintonia com, pelo menos, um arremedo de paz.



(*)Giordana Gomes de Moura é acadêmica de Direito pela UEPB email: giordanadireito@hotmail.com