A escola ideal
Ao ler os textos dos autores Manoel Neto (Perdemos um Gênio por Dia, outubro de 2004) e Diorindo Lopes Júnior (De Utopias e Vontades Políticas, outubro de 2004), chamaram-me bastante atenção pelos pensamentos desenvolvidos, como também idéias propostas, por isso venho resgatar este tema me voltando para o modelo de escola ideal.
Quando pensamos numa escola ideal, nos vem a mente um modelo básico:salas de aula com carteiras organizadas em fileiras, um ambiente de lazer para o intervalo e uma professora, a “tia”.Mas, seria apenas estes itens que compõem o modelo de escola ideal, seja esta de Ensino Fundamental ou Médio? Já foi deixado bem claro nos textos já citados que não!
Lev S. Vygostky (1896-1934), professor e pesquisador, destacou o papel essencial do ensino da escola para promover o desenvolvimento e a construção do ser psicológico, cultural e social do indivíduo. Isto mostra que a preocupação como também importância da escola não é de hoje. Vygotsky acreditava num ensino para construção do indivíduo na integração social, ou seja, que o aprendizado acontecia em grupo e não individualmente, num ensino mecânico e Behaviorista onde o aluno nada sabe, assim, o professor é o detentor de todo o conhecimento considerando seu aluno como “tábua rasa”.
Arrisco afirmar que o modelo mecânico e Behaviorista¹ é o que tem sido adotado nas escolas de todo o Brasil. Estas têm como intuito fazer com que seus alunos, que ao chegarem, ao Ensino Médio, se submetam ao exame do vestibular obtendo bom êxito. Algumas instituições de ensino a fim de fugirem deste modelo implantam outro chamado construtivista desenvolvido por Piaget², embora muitas vezes implantam de forma incorreta ou tenham apenas o título de construtivista sem implantá-lo.
A escola precisa de uma reforma no projeto político pedagógico, sim! Mas não sejamos utópicos, mas realistas. Não se torna necessário uma grande transformação. Atitudes simples podem melhorar o desenvolvimento do aluno. Como exemplos:
- Organizar a sala de aula em círculo, assim o professor e os alunos poderão se vêem mostrando igualdade entre eles, não desmerecendo o professor, pois ele tem papel fundamental na educação do aluno, mas sim, para estimular a participação do aluno.
- Promover debates de assuntos da própria aula que o professor trará para a sua explanação. Por exemplo, o professor de geografia vai expor sobre desertificação, então dias antes de sua aula iria propor aos seus alunos que pesquisem sobre o assunto;
- Realizar trabalhos
Gestos simples como os citados podem desenvolver o aluno psiquicamente, culturalmente e socialmente como também promover o bem-estar, sem minorizá-lo e tratá-lo como “tábua rasa”.
¹Behaviorismo, uma teoria da psicologia que tem o seu estudo direcionado ao comportamento. Podem-se destacar os nomes: Watson, Pavlov e Skinner, psicólogos e pesquisadores. Os Behavioristas acreditam que através da aprendizagem pode-se mudar o comportamento. Skinner, por exemplo, acreditava na “modelagem” do aluno pela educação.
²Piaget (1896-1980), psicólogo definiu sua teoria construtivista onde o conhecimento é construído ativamente pelo indivíduo, é uma conseqüência de suas interações com o mundo e de suas reflexões sobre experiências de tudo aquilo que pode abstrair delas.