:::Fantoches nunca mais::: "Alea jacta est!"

Política,sociedade e cultura.Para resumir em três tópicos seriam estes os temas pelos quais queremos sempre gerar uma polêmica ou expor nossos pensamentos.Todavia, no blog também há espaço para as coisas do coração,da alma e da vida que enxergamos de maneira peculiar e reagimos de maneira muito mais ímpar ainda.Aqui está aberto o espaço para nossas idiossincrasias.Boa leitura

quarta-feira, julho 19, 2006

Sem Respostas



Decifrar a verdadeira intenção das palavras ditas é um dos maiores desafios dos relacionamentos humanos. O próprio choro, o olhar declarante, os movimentos denunciadores, todos estes podem corromper a visão exata da realidade. Essa talvez tenha sido minha principal peleja no estágio forense, em que nas visitas ao presídio, em cada questionamento, não se sabia a coerência das respostas com a realidade. Muitos presidiários declaravam inocência, o que era geralmente ignorado por todos, como se tal declaração fosse, via de regra, falácia carcerária. Certamente alguns eram inocentes, estando à espera de serem julgados, sem provas convincentes, talvez por terem passado pelo local do crime no momento de sua execução, ou até mesmo por estarem acompanhando quem subtraíra uma bagatela. Talvez por um mal-entendido, uma má interpretação do que fora exteriorizado.
Um caso que me chamou atenção foi o de um rapaz que era do RJ, mas tinha vindo a PB para casar-se. No dia em que foi procurar emprego conseguiu uma carona em um trator, o qual se envolveu em uma violenta manifestação, e ele ao tentar escapar foi capturado como se fosse participante da baderna. Se é inocente?Somente o Juízo fará tal declaração, decidindo-se assim o seu destino. Quando o questionei já havia vários meses que ele estava lá, com sua liberdade corrompida por conta de uma dúvida.
Em julgamentos, alguns choram, fazem juramentos, oferecem sua palavra de honra...Mas até que ponto acreditar e aceitar aquilo como persuasivo, conveniente a adequar-se à realidade? Seriam as lágrimas de Suzane von Richthofen uma farsa? Seria seu envolvimento consciente uma verdade? Os seus olhos e sua forma de expressar-se me mostram, pelas fotografias e pela televisão, algo quase puro; se não soubesse de sua trajetória eu diria que ela é bela e doce. Até que ponto o próprio corpo induz a revelações? Essa busca certamente não poderá ser concluída no cotidiano, nem mesmo pela mais elevada das tecnologias.
Giordana Gomes de Moura

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Prezada colega,

Tal comentário é muito prudente e atual, mas para mim é mais do que isso, é humano e fraterno, como não poderia deixar de ser tendo sido escrito por uma criatura doce como você.
Parabéns e sucesso em sua vida.
Grande beijo,

quarta jul. 19, 11:29:00 da tarde 2006  
Blogger @desde86 said...

nossa gio,
gostei muito
esse é um assunto q muito me assusta pq afinal um dia estaremos operando o Direito mas o estaremos aplicando justamente? o ser humano é um quebra-cabeça difícil mas tratar a vida destes como brinquedo não dá!!!!

quinta jul. 20, 12:30:00 da manhã 2006  
Anonymous Anónimo said...

Oi Giooooo!!!
Fico muito feliz por vc voltar a postar seus textos no blog. Tava fazendo falta!!!
Com certeza é muito difícil interpretar o q se passa na mente do ser humano com base em seu comportamento. É verdade?... é mentira? Quem sabe? As vezes, nessa busca por uma resposta, nem sempre a justiça é feita.

Bjão pra tu Gio!!!

quinta jul. 20, 07:42:00 da manhã 2006  
Anonymous Anónimo said...

Gostei do texto e me tocou de tal forma a indagar como o mundo,as coisas e principalmente os seres que nesta Terra habitam ficam SEM RESPOSTA...os porquês só fazem aumentar...as pessoas desprotegidas só fazem se trancar em jaulas caseiras!e tudo continua SEM RESPOSTA!
Reflexão pura da vivência atual e eterna!

quinta jul. 20, 01:08:00 da tarde 2006  
Anonymous Anónimo said...

Gio, li sua crônica, muito boa, você escreve muito bem. Me identifiquei muito com o conteúdo, as vezes, como profissional do direito, entre a verdade formal e real, a demora, a burocratização prevalecente à humanidade, fico me indagando qual o nosso papel realmente nesse contexto, abstraindo os cargos, salários e um certo glamour que a área jurídica inspira...será que não deveriamos "descer do salto", e auscutar os problemas com mais comprometimento...? Eis a indagação. Beijos

sexta jul. 21, 01:03:00 da manhã 2006  
Anonymous Anónimo said...

Oi Gio!!! Primoroso o seu texto. Até q ponto devemos seguir a razão ou a sensibilidade frente à conduta humana? Muito pertinentes as suas palavras, inseridas tanto na nossa realidade qto na sua vida como estudante de Direito e futura profissional. Muito sucesso nessa sua trajetória.
Xero grande!!!

sexta jul. 21, 05:44:00 da tarde 2006  
Anonymous Anónimo said...

Oi Gio!!!!

faz tempo q ñ passo por aqui!! Gosto muito de ver a opinião de vocês através dos textos!
Muito legal essa sua visão!
um abração,

Silvinha

sábado jul. 29, 08:38:00 da tarde 2006  

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