:::Fantoches nunca mais::: "Alea jacta est!"

Política,sociedade e cultura.Para resumir em três tópicos seriam estes os temas pelos quais queremos sempre gerar uma polêmica ou expor nossos pensamentos.Todavia, no blog também há espaço para as coisas do coração,da alma e da vida que enxergamos de maneira peculiar e reagimos de maneira muito mais ímpar ainda.Aqui está aberto o espaço para nossas idiossincrasias.Boa leitura

quinta-feira, junho 01, 2006

Vai começar o espetáculo

(*)Manoel César


Há umas semanas atrás, estive freqüentando a Câmara Municipal da minha cidade acompanhando um projeto de lei que propus a um vereador, que não vem ao caso. Pois bem, sentava sempre em uma das três primeiras filas, braços cruzados, esperando pacientemente a sessão das 16h começar às 16:30. Aos poucos iam chegando pessoas, sentando, conversando, esperando. Quando entra algum vereador, acena com a mão para a platéia sem olhar a quem, senta e também espera. Os vereadores vão entrando, conversando, até que chega o presidente, senta e em nome de Deus inicia mais uma reunião da casa Osório de Aquino, e pede para o excelentíssimo senhor primeiro secretário ler a ata da última reunião, e todos os outros vereadores atentamente se viram e conversam com quem esteja próximo. A ata sempre é aprovada sem ressalvas. Passa-se então para as proposições, lêem-se os projetos, os requerimentos, que também são sempre aprovados sem ressalvas.

Um certo dia fui assistir a votação do projeto que sugeri, e coincidentemente era o mesmo dia da aprovação das contas da gestão passada. Casa lotada, imprensa, seguranças dentro e fora do prédio a paisana, com rádios e armas, polícia militar na porta, e o calor ao quadrado. Então que começa, em nome de Deus, a sessão. Bastava algum dos vereadores falar algo que a torcida organizada do seu partido bradava, batia palmas, jogava confetes e serpentinas, entrava em êxtase, quase no nirvana, sobre as vaias da outra torcida. Em meio de todas formas possíveis, imagináveis e não imagináveis de adiar e não adiar a reunião, enfim começou a votação. Com o seu fim, gritos, delírios, orgasmos e o calor ao cubo recheavam a pequena sala de reuniões.

Foram embora alguns dos populares, e eu com o rosto encharcado de suor, estava contente com a proximidade da votação do projeto. Foi quando uma rapaziada começou a gritar algo próximo dos vereadores, então um excelentíssimo vereador saiu do seu lugar a passos ferozes e com um soco quase derrubou um dos populares que remanesceram da votação, seus colegas o seguraram, a polícia entrou, os seguranças também, a imprensa também, e o calor estava quase insuportável quando o presidente encerra a sessão. A votação do meu projeto foi adiada pra quase duas semanas depois, porque a próxima terça era muito próxima da sexta-feira da semana santa.

Infelizmente não fui mais a casa Osório de Aquino, que tantas gargalhadas me rendeu. Numa cidade pequena como a minha, onde as opções de lazer e divertimento são escassas, a Câmara Municipal se mostrou uma grande alternativa às tardes ociosas assistindo à TV Senado.


(*)Manoel César de Alencar Neto será estudante de Direito da Universidade Estadual da Paraíba. netoalencar@yahoo.com.br

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Esse relato a gente acaba rindo da falta de seriedade e verdadeiro compromisso desses q se dizem nossos representantes, mas devemos é nos envergonhar dessa situação porque somos nós q os escolhemos.

domingo jun. 04, 07:50:00 da manhã 2006  
Anonymous Anónimo said...

É isso aí.
É nessas ocasiões que o meu pai diz: "O povo tem os governantes que merece".

segunda jun. 05, 05:05:00 da tarde 2006  
Anonymous Anónimo said...

O pior é que essa é a mais pura verdade!
Infelizmente nunca irá surgir um politico verdadeiramente correto, por que o que existe são partidos de direita e esquerda que ao invez de lutarem por uma unica causa, o bem da população, criam ao redor deles mesmos uma disputa simplismente pra mostrar qual partido é mais forte.
Não dão a minima ao que esta sendo votado ou não, se fará bem a população ou não, apenas votam sim se for do algo proposto pelo propio partido ou não se foi proposto pelo adversario...

Isso é uma vergonha, uma tristeza, porque todos sabemos que nunca chegara ao fim!

terça jun. 06, 04:00:00 da manhã 2006  

Enviar um comentário

<< Home