O Retorno ao iluminismo
(*) Luiz Elias Miranda
Todos sabem (ou deveriam saber) que o iluminismo foi um dos mais importantes movimentos já desencadeados pela cultura humana. De seu seio brotaram os princípios nos quais se fundaram a sociedade moderna, muito nossa cultura ocidental deve a pessoas como Voltarie, Montesquieu, Rosseuau e outras tantas pessoas que guiaram a ilustração do século dezoito e que ainda traz reflexos à cultura contemporânea. Alguns exemplos para não ficar uma coisa muito abstrata, das muitas revoluções que o iluminismo causou poderíamos falar da separação entre a igreja e o Estado, a tripartição clássica dos três poderes (apesar de, muito antes de Montesquieu divulgar a idéia em O Espírito das Leis, há muito esta concepção existia, desde os gregos já temos a idealização da divisão dos poderes como hoje se conhece) e muitas outras que se fossemos listar, demoraria um “bocado” de tempo.
O iluminismo surge como uma promessa de libertação de todo autoritarismo, tirania, obscurantismo que restou da idade média, idealizando uma “admirável mundo novo” onde todos seriam livres sem submeter-se a desmandos despóticos de tirano algum.
Só há um problema com as idéias iluministas, seus idealizadores estavam sempre associados estreitamente com a vanguarda da burguesia liberal que a apoiava porque isto lhe parecia vantajoso (o que na realidade foi bastante). Enfim, o liberalismo transformou as promessas de libertação em dominação, as luzes em trevas. Os mesmos burgueses liberais que em um dado momento defendiam a liberdade em todos os sentidos desta palavra eram os mesmo que, após derrubarem os tiranos que outrora ocuparam o poder agiam como estes mesmos tiranos.
Neste panorama, de certa forma até sombrio, o iluminismo continuou muitos anos como uma dominação fantasiada de liberdade com a conivência de toda a sociedade, sem que ninguém tivesse coragem (ou até mesmo nunca ninguém houvesse se atentado para isso) de levantar a voz contra esta pseudolibertação (ou libertação incompleta).
Bem, este quadro durou até mais ou menos a década de 1920, a partir de 1923, alguns pesquisadores atentaram para este aspecto da dominação contida nas promissoras idéias do iluminismo e, a partir daí, iniciaram uma critica generalizada a todas as instituições da sociedade moderna.
Fundado em 1924 na Universidade de Frankfurt, o centro de pesquisas sociais reunia a vanguarda do pensamento sociológico alemão: Theodor Adorno, Max Horkheimer, Herbert Marcuse e mais tarde (apenas na década de 1960) Jürgen Habermas. Eles procederam uma crítica generalizada da sociedade contemporânea e propuseram o “repensar valorativo”.
O movimento conhecido como teoria crítica ou escola de Frankfurt basicamente tinha origem marxista, mas não o marxismo convencional que se detinha a mera interpretação das teses de Karl Marx, eles extraiam dele (e de outras formas de pensamento) o havia de proveitoso fundindo tudo numa enorme crítica generalizada da sociedade surgida após a revolução francesa.
Dos grandes nome da escola de Frankfurt, o único ainda vivo é Habermas, justamente ele que sugere que voltemos aos temas propostos pelo iluminismo do século XVIII só que tendo o esmero de não nos deixar levar pelo relativismo trazido pelo liberalismo. O relativismo é sempre perigoso já que traz a possibilidade de interpretação e ações equivocadas, desencadeando prejuízos (principalmente éticos-morais e no campo da legitimidade).
O iluminismo surge como uma promessa de libertação de todo autoritarismo, tirania, obscurantismo que restou da idade média, idealizando uma “admirável mundo novo” onde todos seriam livres sem submeter-se a desmandos despóticos de tirano algum.
Só há um problema com as idéias iluministas, seus idealizadores estavam sempre associados estreitamente com a vanguarda da burguesia liberal que a apoiava porque isto lhe parecia vantajoso (o que na realidade foi bastante). Enfim, o liberalismo transformou as promessas de libertação em dominação, as luzes em trevas. Os mesmos burgueses liberais que em um dado momento defendiam a liberdade em todos os sentidos desta palavra eram os mesmo que, após derrubarem os tiranos que outrora ocuparam o poder agiam como estes mesmos tiranos.
Neste panorama, de certa forma até sombrio, o iluminismo continuou muitos anos como uma dominação fantasiada de liberdade com a conivência de toda a sociedade, sem que ninguém tivesse coragem (ou até mesmo nunca ninguém houvesse se atentado para isso) de levantar a voz contra esta pseudolibertação (ou libertação incompleta).
Bem, este quadro durou até mais ou menos a década de 1920, a partir de 1923, alguns pesquisadores atentaram para este aspecto da dominação contida nas promissoras idéias do iluminismo e, a partir daí, iniciaram uma critica generalizada a todas as instituições da sociedade moderna.
Fundado em 1924 na Universidade de Frankfurt, o centro de pesquisas sociais reunia a vanguarda do pensamento sociológico alemão: Theodor Adorno, Max Horkheimer, Herbert Marcuse e mais tarde (apenas na década de 1960) Jürgen Habermas. Eles procederam uma crítica generalizada da sociedade contemporânea e propuseram o “repensar valorativo”.
O movimento conhecido como teoria crítica ou escola de Frankfurt basicamente tinha origem marxista, mas não o marxismo convencional que se detinha a mera interpretação das teses de Karl Marx, eles extraiam dele (e de outras formas de pensamento) o havia de proveitoso fundindo tudo numa enorme crítica generalizada da sociedade surgida após a revolução francesa.
Dos grandes nome da escola de Frankfurt, o único ainda vivo é Habermas, justamente ele que sugere que voltemos aos temas propostos pelo iluminismo do século XVIII só que tendo o esmero de não nos deixar levar pelo relativismo trazido pelo liberalismo. O relativismo é sempre perigoso já que traz a possibilidade de interpretação e ações equivocadas, desencadeando prejuízos (principalmente éticos-morais e no campo da legitimidade).
(*) Luiz Elias é estudante de direito.
Para Danielly.