:::Fantoches nunca mais::: "Alea jacta est!"

Política,sociedade e cultura.Para resumir em três tópicos seriam estes os temas pelos quais queremos sempre gerar uma polêmica ou expor nossos pensamentos.Todavia, no blog também há espaço para as coisas do coração,da alma e da vida que enxergamos de maneira peculiar e reagimos de maneira muito mais ímpar ainda.Aqui está aberto o espaço para nossas idiossincrasias.Boa leitura

sábado, maio 21, 2005

Abaixo o politicamente correto

(*) Luiz Elias Miranda


Eu sei que a notícia já está um pouco “batida” mas como só agora estou com tempo para escrever sobre isso, vai assim mesmo...
Como o governo petista não tem nada a fazer de produtivo, os ‘ideólogos’ do partido (se que eles existem) gastam todo o seu tempo disponível (que acredito ser muito) com coisas totalmente inúteis que possam fazer que o Brasil todo se envergonhe de si mesmo.
Com todo este interlúdio[1] quero chegar na tal cartilha do politicamente correto. Nem nos tempos da ditadura do Estado novo de Vargas (1937-1945) foi vista uma pretensão autoritária tão grotesca (e vejam que Getúlio Vargas era um político muito autoritário, havia o DIP que controlava a imprensa, mas não chegava ao patamar deste infame folhetim) de controlar expressões que há décadas são usadas pela população brasileira.
Disseminam por aí que o Brasil não é um país racista, que aqui todas as raças convivem ‘pacificamente’, tudo isto causado pela miscigenação promovida pelos portugueses (como afirmava erradamente o grande Gilberto Freyre). Claro que o racismo daqui não funciona como a brutal segregação dos EUA ou da África do Sul, o nosso racismo é dissimulado e por incrível que pareça é confuso. Geralmente os antropólogos classificam brancos, pessoas que em toda sua árvore genealógica possuem todos os antepassados brancos, coisa muito difícil de encontrar-se em nosso país por causa daquele famoso “pé na cozinha” que todos possuímos como já dizia Fernando Henrique Cardoso.
Sinceramente, este folhetim de meia pataca não vai impedir que, num acesso de raiva ou simplesmente por puro desprezo eu chame o porteiro do meu prédio de crioulo ou numa brincadeira sem graça chame um homossexual de bichinha. A única utilidade que vejo para este folhetim imprestável é a divulgação de um obscurantismo quase pré-medieval e mais uma tentativa do cerceamento da liberdade de expressão e pensamento afinal, por mais repreensíveis que sejam os pensamentos racistas, cada um tem direito a manter as convicções que bem entender. É deprimente ver que um dos partidos e alguns dos políticos que mais lutaram pela liberdade em nosso país compactuem com esta aberração dita como politicamente correta.
O que me deixa mais curioso com este panfleto que não devia ser nem distribuído em sinal de trânsito não é nada relacionado com seu conteúdo e sim com as conseqüências desencadeadas com esta aberração pseudo-social-democrata. Queria ir a um show do Chico Buarque só para ver como ele estaria cantando aquele grande sucesso ‘meu caro amigo’. Se ele for seguir as recomendações da cartilha acho que o refrão deve estar mais ou menos assim: mas eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá afrodescendente...; Que coisa mais ridícula.
Esta semana mesmo eu estava acompanhando uma sessão na TV senado, os “nobres” senadores da nossa república estavam votando o nome que representaria a sociedade civil no conselho nacional de justiça, inesperadamente, a senadora catarinense Ideli Salvati (não estranhei o fato dela ser petista...) pedir um aparte; interrompendo o pronunciamento de senador que, por incrível que pareça estava debatendo algo interessante; para repreender alguns senadores que se referiram a corrupção como “algo negro”.
Tenham paciência... tem muitas coisas mais importantes a serem feitas no país do que ficar pegando no pé da população com expressões que já estão de forma tal arraigadas que fazem já parte de nossa identidade cultura. Sinceramente vocês que estão lá em Brasília, (só para ser politicamente incorreto), vão pentear macaco seus jumentos!!!


[1] Mús. Trecho de música instrumental que se intercala entre as várias partes de uma longa composição, do tipo ópera, missa, cantata, etc; intermédio.
(*) Luiz Elias é estudante de direito.