:::Fantoches nunca mais::: "Alea jacta est!"

Política,sociedade e cultura.Para resumir em três tópicos seriam estes os temas pelos quais queremos sempre gerar uma polêmica ou expor nossos pensamentos.Todavia, no blog também há espaço para as coisas do coração,da alma e da vida que enxergamos de maneira peculiar e reagimos de maneira muito mais ímpar ainda.Aqui está aberto o espaço para nossas idiossincrasias.Boa leitura

sábado, abril 09, 2005

Hey Joe, o que faz você com esta arma na mão?

(*) Luiz Elias Miranda

Dei-me a liberdade de usar este verso, na verdade uma tradução livre do primeiro verso da música do grande Jimi Hendrix (1943-1970) para falar do estatuto do desarmamento, lei que já critiquei neste espaço.
Não o estatuto, mas a campanha do desarmamento é um sucesso, nem sei ao certo quantas armas foram retiradas de circulação por causa da campanha que paga até trezentos reais por arma entregue nos postos de arrecadação.
Este ano a campanha entre em nova fase, ainda em 2005 irá acontecer um referendum[1] acerca do estatuto, provavelmente o governo sairá vitorioso desta consulta pública e irá implantar em sua totalidade (pelo menos formalmente) o estatuto do desarmamento.
Mais uma vez tenho que fazer ressalvas não tanto a esta lei, mas a sua “campanha publicitária” apesar de suas boas intenções. Antes de tudo, é necessário desarmar nossa população que, ao contrário de países como a Suíça onde a posse de armas de fogo é algo a toda a população adulta, na maioria das vezes não está preparada para usar de forma correta uma arma de fogo. Na esmagadora maioria das vezes, a arma não serve como defesa e muitas vezes a arma de uma pessoa, depois de assaltada, vai parar no mercado negro.
Mas, apesar de todos os aspectos positivos desta lei federal, temos que considerar que a maioria das armas que são usadas em atividades criminosas não são compradas em lojas e os traficantes, assaltantes e assassinos não têm posse de armas nem se submetem a treinamentos de manuseio de arma de fogo a cada seis meses. Acho que 100% das armas utilizadas nas práticas delituosas são obtidas no “mercado negro”, ou seja, fruto de assaltos, venda de comerciantes de armas ilegais e atividade afins que podem ser consideradas ilícitas. Caberia ao Estado reprimir estas práticas que põe em perigo toda a sociedade.
Outro ponto negativo é a campanha publicitária na qual está envolta e lei do desarmamento. Em meu estado (a Paraíba) esta campanha é conduzida pelo ‘comitê estadual para o desarmamento’, esta campanha consiste principalmente na distribuição de folhetos com alguns dados estatísticos sobre os problemas acarretados pelo armamento da população; entre estes dados o último transcrevo a vocês: A chance de um jovem brasileiro ser assassinado é de três a quatro vezes maior que a média mundial. Só há um problema neste dado, os índices de mortalidade entre a juventude brasileira não é só relativo ao armamento da população, seria mais uma conjunção de fatores que tem a criminalidade jovem e omissão estatal de seu dever constitucional de segurança entre seus maiores fatores destes altos índices de mortalidade.
Bem, mas apesar destes problemas não tão pequenos, é mais sensato renunciar ao direito de possuir uma armas de fogo que um instrumento muito perigoso, numa época onde mensagens religiosas voltam a estar em voga, é interessante refletimos sobre um aspecto, a mensagem que Cristo deixou-nos é “amai-vos uns aos outros” e não “armai-vos uns aos outros”.


[1] Consulta pública sobre ato do poder executivo.
(*) Luiz Elias é estudante de direito. e-mail: luizelias.miranda@uol.com.br