:::Fantoches nunca mais::: "Alea jacta est!"

Política,sociedade e cultura.Para resumir em três tópicos seriam estes os temas pelos quais queremos sempre gerar uma polêmica ou expor nossos pensamentos.Todavia, no blog também há espaço para as coisas do coração,da alma e da vida que enxergamos de maneira peculiar e reagimos de maneira muito mais ímpar ainda.Aqui está aberto o espaço para nossas idiossincrasias.Boa leitura

sexta-feira, abril 08, 2005

Manjedouras de ouro

(*) Manoel César de Alencar Neto

Não nego que nessa última semana senti uma grande vontade de ser Papa. Com todos esses especiais que estão passando em tudo que é canal de televisão, mostrando uma multidão à espera do Papa, pessoas gritando, desmaiando, correndo para abraça-lo, fazendo de tudo para somente tocar nele entre outras tietagens. Tudo que eu queria. Viver entre obras de Michelangelo é o sonho de qualquer adorador das artes. E viver entre muito ouro é o sonho de qualquer um.
Não, meus amigos, não há ironia nisso, é pura verdade: Quero ser Papa. E quando coloco algo na minha cabeça... Quero ser Papa. Quero pregar o amor entre as nações, a igualdade social entre outras. Ah, quero ser Papa.Talvez isso seja o meu grande mal de agora em diante, o meu Emplasto Brás Cubas.
Não chorei nessa semana por causa da morte do Papa, não. Emocionei-me, claro, a morte de qualquer pessoa emociona. Como a morte de vários Josés, Joãos e Paulos me emociona igualmente. Mas diferente do Papa, nunca vi especiais sobre pais de famílias desempregados e com uns oito filhos ser notícia tão difundida. Claro, o Papa é um chefe de Estado, merece tal divulgação. É, creio que me enganei, o Papa realmente merece tal divulgação, assim como, se o nosso Lula morresse, haveriam especiais e especiais nos Fantásticos da vida.
Realmente, a morte dos Joãos e Paulos não será nem citada; não são nada, nem chefe de Estado pra disfarçar. Mas quem liga pra divulgação, se eu, João, José, Paulo nasci na cozinha de casa, nasci pelo SUS, nasci na madrugada. E pior, morri na mesma madrugada, com facadas na minha face.
Vivi, sim vivi. Consegui dá farinha para os meus filhos, brinquei com eles, fiz os seus carrinhos de madeira, com uma moeda como farol. Moedas essas que faziam muita falta de vez em quando. À mulher eu dei uma casa de taipa pra cuidar, e comida pra tapear. Ela às vezes fantasiava com uma geladeira, um fogão e, vejam vocês, quadros na parede e um anel de ouro.

(*)Manoel César de Alencar Neto é estudante do 3º ano do Colégio Objetivo Guarabira. netoalencar@uol.com.br

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Caramba neto...
hehehe
só vc mesmo!
gostei em!
mandou ver!!!!
bjinhu pra vc viu!
te adorooooo...
apesar das perguntinhas q vc mim faz! rsrsrsrs
tow brincando!
fui! (ellen)

sexta abr. 08, 11:46:00 da tarde 2005  
Blogger Luiz Elias said...

Mané, grande texto... vc sempre nos induz à reflexão... talvez devesse ser mesmo religioso, se fosse você, entraria no seminário já...
Brincadeiras a parte, realmente, a morte do Papa teve e ainda está tendo uma divulgação exaustiva pela imprensa, enquanto isso, milhares de pessoas estão ao relento, vitimadas pela desigualdade de nosso meio de produção de riquezas e desigualdades, independentemente se o papa está vivo ou morto...

abrax...

"PROFETA"

sábado abr. 09, 02:55:00 da tarde 2005  
Anonymous Anónimo said...

Pôxa, Neto! Até parece que nem foi você que escreveu esse texto. Sinceramente eu tinha outra visão da sua pessoa. Achava que você era uma pessoa informada e de mente centrada. Como pôde ironizar os esforços do Papa pela Paz no mundo? Ele mereceu e merece sim toda essa abordagem da imprensa. O Papa João Paulo segundo é um homem que mudou o curso da história, quebrando certos valores tradicionais do Vaticano e usando sua influência mundial para difundir a Paz e a união entre os povos. Tudo bem que existe muita coisa que a imprensa não exibe com tanto foco como a pobreza e a desigualdade social, mas dizer que queria ser Papa porque ele vive de sombra, água fresca e tietagem já é demais. Peço que reveja seus conceitos e valorize mais a figura do Papa João Paulo II.

Péssimo Texto.

Sidney Duarte.

segunda abr. 11, 05:57:00 da tarde 2005  

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