:::Fantoches nunca mais::: "Alea jacta est!"

Política,sociedade e cultura.Para resumir em três tópicos seriam estes os temas pelos quais queremos sempre gerar uma polêmica ou expor nossos pensamentos.Todavia, no blog também há espaço para as coisas do coração,da alma e da vida que enxergamos de maneira peculiar e reagimos de maneira muito mais ímpar ainda.Aqui está aberto o espaço para nossas idiossincrasias.Boa leitura

sábado, fevereiro 26, 2005

Deitado eternamente em berço esplêndido

(*) Luiz Elias Miranda


Apesar de ter o vocabulário complexo (essa deve ser um dos maiores motivos para que muitas pessoas não saibam nosso hino nacional) considero o hino nacional um dos mais belos de todo o mundo até a hora que começa o infame trecho ‘deitado eternamente em berço esplendido...’. Este um retrato perene do Brasil.
Mas é sobre o hino nacional que vou falar, é sobre nosso calendário. Muitas pessoas criticam a velha máxima dos tempos da formação positivista do intelectualismo brasileiro que afirmava que o brasileiro é preguiçoso. Se formos analisar mais seriamente nesta afirmação há uma certa verdade, temos feriados demais, passamos tempos demais durante o ano sem fazer exclusivamente nada ou, como versa consagrada expressão da cultura popular "coçando o ovo".
O incrível que boa parte da população não se revolta com esta vagabundagem toda. Se ao menos todo este tempo disponível fosse gasto em algo produtivo, se nós gastássemos todo este tempo com aquele benéfico "ócio criativo" ao invés de ficar sentado na frente do sofá pedindo para a mulher trazer uma cervejinha enquanto assiste ao grande clássico do futebol nacional atlético desportivo de imtubiara e associação desportiva dos catadores de papel de nossa senhora da bancarrota pela qüinquagésima terceira rodada do campeonato do Mato Grosso do Oeste.
O problema todo é que temos feriados demais. É muita folga prum país subdesenvolvido. Nem os países do dito "primeiro mundo" têm tantos feriados quantos nós. É feriado de nossa senhora de alguma coisa, festa junina, carnaval... Já que após a proclamação da república (1889) houve a lascisão entre Estado e a igreja católica, a maioria destes feriados, se não todos, poderiam ser riscados de nosso calendário.
Claro que um pouco de ócio é importante, não se pode viver exclusivamente em função de trabalho. Mas o problema entre nós é que vivemos com muito tempo vago que não é empregado em atividades produtivas. E atividades produtivas não são apenas aquelas que podem gerar algum dividendo ($$$$); atividade produtiva é toda aquela que gera alguma satisfação ou faz o bem a algum ser humano. Este hábito de atividades produtivas não remuneradas não faz parte de nossa cultura nacional. Brasileiro está apenas acostumado apenas a desempenhar (e algumas vezes de forma não satisfatória) trabalho que seja remunerado, acho que um pouco de filantropia não faz mal a ninguém e de trabalho duro de segunda a sexta também...


(*) Luiz Elias é estudante de direito pela Universidade Estadual da Paraíba, um músico pra lá de medíocre nas horas vagas e está decidido a tornar-se o próximo grande constitucionalista em língua portuguesa.
e-mail: luizelias.miranda@uol.com.br

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Concordo contigo Elias!Exaltamos a cultura dos feriados. Embora os universitários paguem por greves antigas ou recentes, ainda há tempo para a prática de feriados, além dos velhos "imprensados".Embora os orgãos estatais não tenham tempo para cumprir as necessidades do público,sempre da tempo pra mais descanso, p mais um feriado, p mais uma "cervejinha", uma prainha, uma conversinha...E assim o ano passa e acaba-se fazendo quase nada de útil.E quanto aos dizeres do hino nacional, prefiro nem comentar...
Até o próximo!Ei, tu vens aqui amanhã né p gente combinar a entrevista???Apareça viu!
Gio:)

domingo fev. 27, 05:21:00 da tarde 2005  

Enviar um comentário

<< Home