:::Fantoches nunca mais::: "Alea jacta est!"

Política,sociedade e cultura.Para resumir em três tópicos seriam estes os temas pelos quais queremos sempre gerar uma polêmica ou expor nossos pensamentos.Todavia, no blog também há espaço para as coisas do coração,da alma e da vida que enxergamos de maneira peculiar e reagimos de maneira muito mais ímpar ainda.Aqui está aberto o espaço para nossas idiossincrasias.Boa leitura

terça-feira, abril 19, 2005

Essa foi boa, mas a piada já perdeu a graça...


Posted by Hello


(*) Luiz Elias Miranda


Isto é fato, o PT não tem tratado bem a sua base aliada, não tem retribuído de maneira decente o apoio ao programa de reformas que o partido tem implementado desde o início do governo em 2003. Política governamental é retribuição, lá em Brasília tudo funciona conforme o sistema: “você me ajuda que eu lhe ajudo”. Como o governo não tem recompensado de maneira digna seus aliados eles começam a revoltar-se, o resultado é que o ano legislativo de 2005 já começou com vários partidos saindo da base aliada e engrossando as fileiras da oposição e, conseqüentemente, Lula não tem mais aquela ampla base aliada que começou o governo com uma aprovação tão gigantesca que, em percentuais, havia mais gente “levando fé” no governo que acreditando em Deus.
O ano começou com um fato que é, por incrível que pareça, simultaneamente a maior derrota do governo no poder legislativo e a maior piada nacional desde o regime militar e o “milagre” econômico, a eleição de Severino Cavalcanti para a presidência da câmara dos deputados.
Recentemente estive em um congresso que tratava sobre reforma do judiciário, comentei com um amigo de faculdade que a maneira mais fácil de fazer as pessoas rirem no país atualmente é fazer alguma citação do “biu de Pernambuco” ou ironizar com suas ações esdrúxulas. Dito e feito, cada vez que algum conferencista ao menos fazia menção a nosso “estimado” presidente da câmara dos deputados e terceiro homem da república, no auditório ressoavam enormes gargalhadas.
Severino Cavalcanti é bem a cara das oligarquias nordestinas que teimam em resistir ao século XXI, retrógrado, preconceituoso, nepotista (não que o nepotismo seja uma prática apenas dos políticos nordestinos) e tudo que possa lembrar retrocesso ao Estado democrático de direito. Severino me faz lembrar o coronel Odorico Paraguaçu da novela o bem amado, um tipo turrão que até ressuscitar conseguiu na novela. Só que Severino não é engraçado feito Paraguaçu pelo fato dele não ser simples ficção, Severino foi usado como ‘instrumento’ para dar uma espécie de “se liga” no governo, para que ele percebesse que não está agindo como deveria.
Foi muito engraçado nos primeiros dias ouvir todas aquelas baboseiras de um septuagenário que, devido a quantidade de lixo que sai de sua boca, alguns jurarem beirar a senilidade. Mas a piada já perdeu a graça, um presidente da câmara dos deputados, a mais importante casa legislativa de nosso país, tem mais o que fazer que ficar dando ultimatos ao presidente exigindo ministérios para seu partido e nomeando parentes para cargos em flagrante desrespeito a constituição, o presidente da câmara tem a função de auxiliar o presidente e não tornar a tarefa, já bastante complexa, mais difícil ainda.
Definitivamente, Severino tem deixar a política imediatamente, depois que li há uns meses sua entrevista nas páginas amarelas da VEJA fiquei mais convencido desta minha posição. Já que ele afirma com plena convicção que o infame regime militar prestou “muitos serviços” ao país, deveríamos, excepcionalmente, só para o Severino Cavalcanti ressuscitar uma prática do regime militar e presentear-lhe com uma aposentadoria compulsória, seria melhor para todos nós.
(*) Luiz Elias é estudante de direito, amante de Heavy Metal e outras variações pesadas de rock. e-mail: luizelias.miranda@uol.com.br