:::Fantoches nunca mais::: "Alea jacta est!"

Política,sociedade e cultura.Para resumir em três tópicos seriam estes os temas pelos quais queremos sempre gerar uma polêmica ou expor nossos pensamentos.Todavia, no blog também há espaço para as coisas do coração,da alma e da vida que enxergamos de maneira peculiar e reagimos de maneira muito mais ímpar ainda.Aqui está aberto o espaço para nossas idiossincrasias.Boa leitura

terça-feira, outubro 11, 2005

As armas e os varões

(*) Cerlos Heitor Cony

Não votarei no plebiscito sobre a proibição das armasde fogo. Se fosse obrigado ao voto, o anularia propositadamente, elucidamente. Trata-se de um escapismo, uma forma que a tal sociedadeética e transparente encontrou para, mais uma vez, empurrar com abarriga um dos problemas mais agudos de nosso tempo: a violência. Compequenas alterações, pode-se usar a comparação do termômetro.Proíba-se a compra e o uso dos termômetros e não haverá mais febre nopaís.Os dois lados da questão têm argumentos respeitáveis. A compra dearmas pode colocar um revólver na mesinha de cabeceira ou noporta-luvas do carro. Uma criança, por distração, uma desavençadoméstica, um bate-boca no trânsito e haverá um estrago em forma decrime ou de acidente. Ponto para quem é contra a venda de armas.Os cidadãos éticos, transparentes, republicanos, cumprirão a lei,jogarão fora a arma que compraram no passado e não mais a comprarão nofuturo. Literalmente desarmados, darão sopa aos bandidos quecontinuarão armados, eliminando a hipótese de uma reação por parte davítima. Ponto para quem é a favor da venda de armas.As duas hipóteses são óbvias, mas não é por aí que a onda da violênciae do crime acabará ou diminuirá. A droga é proibida. Uma vez ou outra,os traficantes são caçados e presos, mas o comércio e o uso da drogaaumentam -e todos sabemos que a droga, se não é a responsável única, édisparadamente a causa mais freqüente dos tiroteios, das balasperdidas e 80% dos assaltos nas ruas e residências são a fontepreferencial para os chamados pés-de-chinelo obterem recursos para usopróprio ou para o tráfico miúdo. O graúdo tem outra estrutura, nemprecisa de arma.Uma faca, um caco de vidro ou de lata de cerveja farão vítimas domesmo modo. A violência não está nas armas. Está em nós mesmos,culpados que sabem o que fazem, inocentes que não sabem o que fazer.
(*) Carlos Heitor Cony é cronista