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Política,sociedade e cultura.Para resumir em três tópicos seriam estes os temas pelos quais queremos sempre gerar uma polêmica ou expor nossos pensamentos.Todavia, no blog também há espaço para as coisas do coração,da alma e da vida que enxergamos de maneira peculiar e reagimos de maneira muito mais ímpar ainda.Aqui está aberto o espaço para nossas idiossincrasias.Boa leitura

segunda-feira, outubro 10, 2005

TV & mídia, uma relação promíscua


(*) Luiz Elias Miranda


A mídia sempre está ligada de alguma forma ao núcleo de poder de um país, a prova disso é que a maioria dos governos, logo que tomam posse, acham que vão manipular a mídia.
Em nosso país a mídia foi essencial em momentos cruciais de nossa história. O golpe militar foi a oportunidade de a rede globo firmar sua posição à direita e consolidar-se como a maior das formadoras de opinião entre os grupos de comunicação, o grupo de comunicação supracitado também teve um importante papel no período da redemocratização, afinal, quando ela percebeu que ficar ao lado dos militares não ‘dava mais futuro’, claro que ela apoiou o retorno dos civis ao poder e posteriormente derrubou Collor – o mesmo presidente que ajudou com um debate editado a pôr no palácio do planalto – com uma intensa campanha pela impeachment (ou vocês ainda acreditam que foram os ‘caras pintadas’ que derrubou o governo em 1992?).
Em certos momentos os governos chegam a manipular a mídia, acontece em vários momentos de nossa história, entretanto, esse domínio não dura para sempre, um governo sempre encontra oposição em algum grupo de mídia (qualquer que seja o tipo).
A verdade é que esta relação entre o poder e a mídia é algo muito estreito e profundo, afinal, sempre se encontra jornalistas e jornais (não só escritos) dispostos a publicar algo que seja favorável a um governo A ou B; o maior exemplo disto é a atual campanha pelo desarmamento, a rede globo tem feito uma intensa divulgação favorável ao SIM, inclusive engajando na campanha seu elenco classe A para que a população (que já é meio volúvel) seja mais facilmente influenciada.
Se você assiste um jornal de forma crítica, pode muito bem perceber que algumas matérias e pesquisas divulgadas em muitos meios de comunicação são totalmente tendenciosas, já cansei de ver matérias nos jornais televisivos que posteriormente, graças a uma informação vazada, foi descoberto havia sido aquela matéria sido comprado pelo governo de um certo país (calma, garanto que não são os EUA).
O mais provável é que não devemos confiar de maneira muito fiel nos meios de comunicação, necessitamos ser pessoas mais críticas. Nesta desconfiança reside o seguinte problema: como iremos nos informar se não pelos meios de comunicação suspeito que dispomos? Mesmo que um meio de comunicação não esteja noticiando nada de maneira tendenciosa, é impossível que um meio de comunicação transmita a informação de maneira 100% fiel à realidade.
Desta situação surge o dilema que expus acima: como nos informar se todos são suspeitos? Devemos nos abastecer de tantos meios for possível, tomando o cuidado de proceder uma “filtragem crítica” para nos desvencilharmos de todas as tendências e más intenções que algum meio de comunicação posa ter.


(*) Luiz Elias é estudante de direito e um leitor muito desconfiado. E-mail: luizelias_recht@yahoo.com.br

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Grande Profeta, mais um belo texto.A mídia do Brasil é algo venal, os meios de comunicação ostetntam uma pose de neutralidade e de ética mas, na luta por seus interesses acaba assumindo posturas notáveis de engajamento em campanhas que possam beneficiar seus cofres.A Globo defende o desarmamento pois tem medo de assumir uma postura belicista e de ferir mais ainda um governo que deu suporte à sua dívida.

Parabéns por mais um belo texto,

Henrique

terça out. 11, 12:27:00 da manhã 2005  
Anonymous Anónimo said...

Bicho, lamento, mas penso que você foi muito infeliz neste último artigo.
Principalmente no tocante à Rede Globo. Como ela, todas as outras emissoras da época se beneficiaram com o golpe de 1º de abril de 64. Carlos Heitor Cony fala disso em um de seus artigos, o falecido Walter Clark também. Os tentáculos da Rede Globo são muito mais abrangentes e perigosos do que você sugere.
Deveria ter se alicerçado em informações literárias e/ou testemunhais, registradas também em livros.
Outra coisa, esta fundamental: o jornalismo da Rede Globo, incluindo o jornal, é o mais confiável atualmente. Ainda com o doutor Roberto vivo, não se admitia interferência da área comercial nas redações, ao contrário de Veja. Sou testemunha disso. Lula perdeu o tão-falado debate para o Collor porque foi um frouxo. Peitasse e saberia que o alagoano só tinha recortes de jornais naquela pasta.
ACM é mestre nisso. Coleciona recortes e afirma ter um dossiê. Itamar Franco, quando presidente, o desafiou, chamou a imprensa e o baiano enfiou a viola no saco.
Falei em livros porque alguns fatos me foram ditos por pessoas já mortas, não se esqueça de que tenho o dobro de tua idade. Mas estão em livros, ninguém os contestou ou os processou. Os acusados optaram pela primeira e básica Lei de assessoria de imprensa: deixa rolar, uma hora cai no esquecimento.
Um abraço.
Diorindo

terça out. 11, 08:00:00 da manhã 2005  

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