:::Fantoches nunca mais::: "Alea jacta est!"

Política,sociedade e cultura.Para resumir em três tópicos seriam estes os temas pelos quais queremos sempre gerar uma polêmica ou expor nossos pensamentos.Todavia, no blog também há espaço para as coisas do coração,da alma e da vida que enxergamos de maneira peculiar e reagimos de maneira muito mais ímpar ainda.Aqui está aberto o espaço para nossas idiossincrasias.Boa leitura

terça-feira, setembro 06, 2005

7 de Setembro...



(*) Luiz Elias Miranda


Amanhã é comemorado o aniversário da independência do Brasil, toda uma ‘aura’ reveste esta data, o suposto dia no qual nos libertamos da tirania metropolitana, em que demos o definitivo grito pela liberdade...
Tudo uma grande balela, a independência brasileira foi uma das maiores piadas do século XIX. Foi a única independência no continente americano onde não houve nenhuma forma de conflito, isto é uma vergonha para todos nós não ter acontecido nenhuma luta por nossa independência e ainda tivemos de pagar a escandalosa quantia de dois milhões de libras esterlinas para sermos livres depois de nossas riquezas terem sido vilipendiadas por quase três séculos e meio. Uma grande falta foi o fato de o Brasil não ter sido incluído nas “rotas libertadoras” de San Martín (para quem não sabe, o libertador da Argentina) ou de Simon Bolívar (homem que mais libertou países na América, tendo sido responsável pela libertação da Colômbia, Venezuela e mais alguns países que não me recordo agora).
No ensino médio, tive um professor de história do Brasil muitíssimo engraçado, ele afirmava que a independência do Brasil foi dada com a seguinte cena: Pedro I voltava de uma grande farra, ‘podre de bêbado’, acometido uma grande dor de barriga e só de ressaca decidiu tornar o Brasil independente. Esta cena também foi retratada por um poeta modernista que também não me recordo ao certo quem foi, se não me falha a memória foi o Manuel Bandeira.
Como história de ficção, a independência nacional foi uma história bem bolada, na época do império o imperador Pedro I era o grande responsável por ter nos tornado livres e ao mesmo tempo deixado sua família dois milhões de libras mais rica e, de quebra, ser um dos últimos monarcas absolutos que o terrível século XIX tinha deixado vivo.
Na república a figura do imperador foi ‘demonizada’, a formação positivista da ‘república do florete’ buscou mártires para o país, a maioria das pessoas ainda hoje busca mártires para nosso Brasil, elas ainda não conseguiram entender que um país necessita de heróis, quem busca mártires são as religiões.
Chegamos ao século XXI com outro tipo de dominação. Sai a dominação política e entra a dominação econômica, cultural, ideológica e porquê não também política ainda, afinal, como diz o escritor Moçambicano Agualusa, mesmo após esses 183 anos ainda não conseguimos nossa real independência.
A dependência que vivemos hoje é bem diferente da do século XIX, sai o domínio metropolitano e entra o domínio do capital financeiro especulativo dos conglomerados transnacionais que, mesmo no mundo todo em número inferior a cem, conseguem exercer um dpmínio cruel sobre todo mundo forjando uma 'pseudorealidade' de tudo que nos rodeia.
Mas do que nunca, procuramos independência como diz o capital inicial...
(*) Luiz Elias é estudante de direito. E-mail: luizelias_recht@yahoo.com.br