Guerra
(*) Luiz Elias Miranda
A guerra é uma das mais antigas atividades humanas, afirmam que a prostituição é a mais antiga das profissões, se for verdade isso, a guerra é uma das mais antigas ocupações; a prova disto é que quando os soldados voltavam das guerras, iam comemorar as vitórias com as prostitutas.
Desde estes tempos, a guerra já mudou muito eu perfil, antes só quem morria eram os militares (ou mercenários já que nem todos os Estados tinham um exército organizado), o século XX marcou uma mudança brusca no modo de fazer guerra, até a primeira metade do século passado o inimigo sempre era determinado, ou seja, ele tinha “um rosto”, com o advento da era do terror não mais isto é verdade.
Até a primeira guerra mundial (1914-1918), as batalhas ficavam restritas a um determinado território designado como ‘campo de batalha’, este tipo de guerra era designado como guerra de posições já que o avanço territorial era muito pouco de ambos os lados. Apesar deste conflito ser muito parecido com as guerras travadas no século XVII e XIX (homens a cavalo, armados com baionetas e espadas e combatendo ‘corpo a copo’) já eram perceptíveis algumas inovações tecnológicas da “industria da morte” como os tanques de guerra, metralhadores, granadas e a guerra aérea (motivo que levou Santos Dummont ao suicídio). Foi a partir deste conflito que os industriais perceberam que a guerra era um ótimo negócio.
A segunda guerra mundial (1939-1945) trouxe um verdadeiro aparato tecnológico para o campo de batalha. Em termos de estratégia também houveram grandes inovações, a Alemanha nazista trouxe “ares novos” ao campo de batalha quando fez ressurgir dos tempos de Bismarck (chanceler que unificou a Alemanha no século XIX) os pactos de não-agressão quando assinou o acordo de não-agressão mútua com a União Soviética. Houve também o surgimento do que foi chamado de BlitzKrieg (guerra-relâmpago), de uma vez o exército atacava pela terra, pelo ar e pelo mar, sendo assim, uma coisa avassaladora. Esta guerra também marcou o fim dos campos de batalha, a prova disto é que foi a guerra que mais vitimou civis.
Após a segunda guerra mundial os conflitos não pararam de guerras civis (como a da Nicarágua), a guerras de fragmentação nacional (como a guerra do Iugoslávia) e agora infelizmente sempre com os civis como “alvos prioritários”.
Alguns chegaram a afirmar que o século XXI apenas começou após o onze de setembro. O terrorismo foi um prática que existiu desde o século XIX, perpetuado por todo o século XX na Espanha (pelo ETA), no Reino Unido (pelo IRA), no oriente médio (pela OLP e outros grupos terroristas) e por outros grupos que acreditam que a luta armada e disseminação do terror é a melhor forma de alcançar seus objetivos. A era do terror iniciada em 2001 marca uma modificação da guerra, os inimigos a partir deste momento não mais têm um “rosto” nem uma nacionalidade definida podendo ser qualquer pessoa que transita em qualquer parte do mundo. A guerra contra o terror é uma nova fase desta que é sem dúvida alguma, a mais antiga ocupação do ser humano em geral, trazer a morte e o sofrimento a seu semelhante.
(*) Luiz Elias é estudante de direito, e-mail: luizelias_recht@yahoo.com.br
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