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Política,sociedade e cultura.Para resumir em três tópicos seriam estes os temas pelos quais queremos sempre gerar uma polêmica ou expor nossos pensamentos.Todavia, no blog também há espaço para as coisas do coração,da alma e da vida que enxergamos de maneira peculiar e reagimos de maneira muito mais ímpar ainda.Aqui está aberto o espaço para nossas idiossincrasias.Boa leitura

sexta-feira, julho 29, 2005

Adeus às armas, o fim oficial do IRA...


IRA Posted by Picasa

(*) Luiz Elias Miranda


Adeus às armas é o título de um dos mais famosos livros daquele que foi um dos mais brilhantes romancistas dos EUA. O livro, publicado por Ernest Hemingway (1899-1961) em 1929, quando contava 30 anos, nasceu de sua passagem pela Itália, como motorista de ambulância para a Cruz Vermelha. Nesta história, uma enfermeira britânica se apaixona por um paciente ferido durante a Primeira Guerra. Este mesmo paciente, no decorrer da história irá desedar do exército por causa deste amor.
O livro não tem nada a ver com o exército republicano irlandês, vulgo IRA (Irish Republican Army), mas julgo que o título tem muito a ver com a decisão do braço político do IRA, o Sinn Fein (palavra de origem celta que significa 'nós sozinhos') de finalmente, numa sábia decisão, abandonar a luta armada que já durava quase cem anos.
Pela história, a Inglaterra, desde os primórdios da idade média, sempre subjulgou os povos da bretanha (região geográfica onde localizam-se a Inglaterra, Escócia, País de Gales, Irlanda do Norte e Irlanda [Eire]) baseado na força militar. Os outros povos sempre lutaram contra esta dominação, mas nenhum com tanto empenho e determinação como os irlandeses, alguns afirmam que isto deve-se ao sangue quente dos antigos celtas, ancestrais dos irlandeses e que lutaram com tanto afinco contra a dominação normanda, saxônica e romana.
Após alguns anos de liberdade da dominação inglesa, no século XVIII, ela retomou com 'força total' após o Ato de Supremacia decretado por Oliver Crowell (que decretava que todos os territórios da península britânica estariam a partir daí sobre autoridade inglesa. A Irlanda sempre resistiu, tanto com atos de revolta como também com a preservação da cultura (diferente do restante dos países já que a Irlanda é o único país católico da ilha).
No final do século XIX alguns irlandeses decidem que a Irlanda merece ser um país independente, daí Eamon de Valera (1882-1975) e Michael Collins (1880-1922), fundando o IRA e o Seinn Fein, com muita luta armada, em 1922 conseguem promulgar a independência da República da Irlanda (Eire), mas ainda restou uma parte do antigo território que, desmembrado da república, formou uma irlanda (Ulster) me maioria protestante.
A partir desta época o IRA iniciou atentados na Irlanda do Norte da Inglaterra em busca da independência da outra Irlanda, esta luta armada foi muito bem retratada no filme "em nome do pai". O exército britânico não deixou por menos, prendeu muitos militantes do IRA nos chamados edge blocks (alguns deste militantes, em protesto faziam greve de fome em protesto ao governo inglês, a maioria morreu de fome).
Com o passar dos anos, o Seinn Fein foi tomando conta do IRA e a luta armada, progressivamente foi dando espaço à militância política. Acordos foram celebrados, autonomia foi concedida até que, em janeiro de 2003 o IRA 'oficial' entregou as armas mas isto não significou o fim da luta, a dissidência do IRA afirmou que ainda iria continuar a luta armada até a independência ser concedida.
Foi uma decisão pra lá de racional esta dos dissidentes do IRA em entregar as armas, eles perceberam que após os atentados do dia 21 de julho as coisas iriram ficar mais difíceis com o governo de Londres apertando o cerco contra o terror.
Ponto para o IRA e o Seinn Fein...
(*) Luiz Elias é estudante de direito. e-mail: miranda_pb@hotmail.com