:::Fantoches nunca mais::: "Alea jacta est!"

Política,sociedade e cultura.Para resumir em três tópicos seriam estes os temas pelos quais queremos sempre gerar uma polêmica ou expor nossos pensamentos.Todavia, no blog também há espaço para as coisas do coração,da alma e da vida que enxergamos de maneira peculiar e reagimos de maneira muito mais ímpar ainda.Aqui está aberto o espaço para nossas idiossincrasias.Boa leitura

quarta-feira, março 15, 2006

Democracia: a história que sua mãe não lhe contou


(*) Luiz Elias Miranda

Desde os tempos de colégio que somos ensinados que democracia é governo onde impera a vontade da maioria. No decorrer de nossa vida, a palavra democracia toma um sentido correto, ético, quase divino. Entretanto a história não é bem assim não.
Há muitas diferenças entre a democracia de hoje (democracia liberais) e a verdadeira democracia, criada pelos gregos muitos anos atrás. A diferença essencial entre as democracias do século XXI e democracia ateniense é o fato da representatividade, na Grécia antiga o sistema democrático era exercido de forma direta, todas as tribos se reuniam e deliberavam sobre as questões de relevância para a Cidade-Estado. Hoje em dia, por motivos práticos, é impossível manter uma democracia direta, como poderíamos reunir todos os cidadãos de um país para deliberar sobre as questões de interesse coletivo?
Outros pontos mitigam e desnaturam o sistema democrático atual, o principal é o nosso “bom e velho” capitalismo, o capitalismo na sua forma mais usual (o liberalismo) é a meu ver, o maior inimigo da democracia de fato (podemos distinguir um Estado de direito entre formal – onde a democracia está presente apenas “no papel” – e material – onde os princípios democráticos estão presentes na teoria e na prática).
O liberalismo vê o Estado como seu maior inimigo (o mal necessário), em suma, podemos nos reportar às palavras de Carl Schmitt (1888-1985), para ele a forma liberal de pensar o Estado culmina em ver a máquina estatal como apenas uma simples garantidora das liberdades pessoais (do âmbito econômico em especial). Sabemos bem que a funções do Estado é algo muito mais amplo do que mero assegurador das liberdades individuais.
Com este modo de pensar podemos perceber que o liberalismo promove o esvaziamento do conteúdo da democracia, ou seja, liberalismo e democracia são valores que se anulam mutuamente, é quase a mesma coisa que querer “assobiar e chupar cana ao mesmo tempo”. O liberalismo transforma democracias materiais em formais visto se puder lucrar com essa medida, usando a máquina estatal para a consecução de interesses muitas vezes escusos e inconfessáveis, o liberalismo significaria a possibilidade da ditadura do capital sobre a sociedade, que se transforma em mera intermediária deste jogo de manipulação capital-Estado.
Entretanto, apesar de ser um cenário um tanto obscuro esse de uma democracia ‘aleijada’ pelo sistema econômico no qual está inserido, haveria soluções para este impasse: a implantação de uma real democracia? Busco respostas...


(*) Luiz Elias é estudante de direito pela UEPB. E-mail: luizelias_recht@yahoo.com.br