:::Fantoches nunca mais::: "Alea jacta est!"

Política,sociedade e cultura.Para resumir em três tópicos seriam estes os temas pelos quais queremos sempre gerar uma polêmica ou expor nossos pensamentos.Todavia, no blog também há espaço para as coisas do coração,da alma e da vida que enxergamos de maneira peculiar e reagimos de maneira muito mais ímpar ainda.Aqui está aberto o espaço para nossas idiossincrasias.Boa leitura

segunda-feira, março 27, 2006

Lula não decidiu. Ele se rendeu

(*) Rui Nogueira

Num caso em que todos os envolvidos eram praticamente réus confessos, o governo Lula cometeu a proeza de levar 11 dias para tomar uma decisão político-administrativa sobre a explícita violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa. Levou mais tempo para fazer o óbvio do que Deus para criar uma obra da complexidade do mundo e ainda plantar o bicho homem nele. A rigor, e aqui reside a tragédia deste governo, o presidente não tomou decisão nenhuma neste caso, como não tomou em nenhum outro.
Em todos os casos, Luiz Inácio Lula da Silva afrontou a realidade quanto pôde e só entregou os pontos quando essa era a única saída. E entregar os pontos não quer dizer que admitiu os erros, apenas significa que se rendeu. No PT e no governo, a maioria tem a convicção de que os fins justificam os meios, o que ajuda a entender a violação do sigilo bancário para calar um caseiro. Lula já se desfez de uma dezena de auxiliares, entre ministros, assessores e dirigentes da cúpula do PT, mas suas palavras mais simbólicas sobre o mensalão e os mensaleiros foram duas: 1) foi “traído”; 2) os companheiros cometeram apenas “deslizes”.
Escória e cinismo jornalísticoNinguém foi tão longe, mas ainda há quem ache que o PT e o governo Lula fazem o mesmo que todos os governos. Só que os outros teriam sido mais espertos para esconder o malfeito. A militância jornalística em prol desse cinismo é o tributo que a sociedade paga ao esforço do PT para chegar à única “saída honrosa” traçada pela cúpula do partido e do governo: convencer o eleitor de que são todos iguais e de que lhe cabe escolher apenas entre os menos piores. Em matéria de respeito ao Estado de Direito, o governo Lula é escória, e até do governo Fernando Collor (1990-1992) ele se diferencia. Para pior!
O ministro da Fazenda e o presidente da Caixa caíram por obra e graça das próprias lambanças, mas a minha bola de cristal garante que Lula ainda virá a público dizer que está sendo vítima de uma “campanha rasteira” da oposição. Em três anos e três meses de governo, tudo que embaraçou Lula resultou de um trabalho genuíno de aliados incondicionais. E fica a pergunta: quem acredita agora que Antonio Palocci não esteve na “República de Ribeirão Preto”, a casa do lobby, em Brasília, como diz o caseiro com total segurança?
E resta o paroxismo exposto na carta que o ex-ministro entregou ao presidente: diz Palocci que não participou de nenhuma operação para violar o sigilo do caseiro, que não usou ou mandou usar o produto da violação. Se isso é verdade, então Palocci foi omisso até não mais poder. Do alto do poder político e administrativo que lhe foi dado, por que não demitiu logo quem violou e usou os extratos, uma vez que as duas operações o atingiam diretamente? Mas vejam só como são as coisas: Palocci, em momento algum, desmente a informação dada por Jorge Mattoso à Polícia Federal, a de que ele foi levar à casa do ministro os extratos, que os recebeu em mãos.
Era só o que faltava!O governo ficou na moita até onde pôde porque, mais uma vez, a única solução para a mentira era outra mentira. Aquela Lei de Lula, enunciada pelo próprio Lula em 17 de julho de 2005, em entrevista a uma repórter freelancer, em Paris: “A desgraça da mentira é que, ao contar a primeira, você passa a vida inteira contando mentira para justificar a primeira que contou”. Tentaram evitar a mentira direta, criando uma seqüência de dissimulações patéticas sobre um trabalho supostamente difícil de busca aos violadores do sigilo do caseiro. Nunca foi importante saber quem fez o trabalho técnico de emitir os extratos. O importante sempre foi saber quem decidiu que esse seria o caminho para calar Francenildo. Palocci acreditou nessa solução. Mattoso viabilizou-a. Acreditar que Palocci não teve nada a ver com o caso é tomar o ministro como vítima de uma situação que ele não escolheu. Só faltava essa!
O caso Palocci-Francenildo só teve um desfecho nesta segunda-feira porque no fim de semana, depois da pantomima montada pela Caixa, apareceu a cadeia de comando da violação, toda ela permeada de um grupo de militantes petistas que foram plantados na Caixa Econômica Federal (CEF) no rastro da indicação de Jorge Mattoso para a presidência do banco público. Plantados, esse é o termo.
A indicação de Mattoso coube ao feudo político Marta Suplicy-Luis Favre. E atrás dele veio uma procissão de premiados sindicalistas e penduras afins. Imaginem só a que ponto chegamos em matéria de aparelhamento político e em quadros altamente técnicos do banco estatal: o gerente de Segurança Tecnológica da CEF é Delfino Natal de Souza, indicado para o posto pelo ex-presidente do PT José Genoino; a vice-presidente de Tecnologia é Clarice Coppetti, “afilhada” do ex-ministro José Dirceu. Qual é o interesse desses senhores nesses cargos? E onde foram parar os maridos das gerentes plantadas na CEF? No Planalto.
Não há nada que não faça sentido!

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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semelokertes marchimundui

terça dez. 22, 01:16:00 da manhã 2009  

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